O derrame ou AVC (acidente vascular cerebral) é uma das principais causas de morte ou deficiência no mundo, em especial em países de média e baixa renda.
Apesar disso, o problema pode ser evitado. Esta conclusão é da segunda fase de um estudo global sobre a doença, batizado de “Interstroke”, e publicado na revista médica “The Lancet”. Segundo os pesquisadores liderados por Martin O’Donnell e Salim Yusuf, dos Instituto de Pesquisas de Saúde Populacional da Universidade McMaster, no Canadá, dez dos maiores fatores de risco modificáveis respondem por mais de 90% dos episódios de acidente vascular cerebral, com apenas algumas variações por região, sendo eles: hipertensão, tabagismo, consumo de álcool, qualidade da dieta e sedentarismo.
No estudo, foram analisados dados sobre a saúde de mais de 26 mil pessoas, metade vítima de derrames e outra metade de pessoas saudáveis com idade e gênero equivalentes (grupo controle). Os voluntários foram recrutados em 32 países, inclusive no Brasil.
Se a hipertensão fosse eliminada, o número de derrames cairia quase pela metade, em 48%. A prática regular de exercícios cortaria os casos em mais de um terço, e dietas mais saudáveis reduziriam os episódios em quase um quinto. Além disso, os AVCs diminuiriam em 12% se o tabagismo fosse interrompido; 9% se houvesse um melhor controle das condições cardíacas; 6% com um consumo moderado de álcool e menores níveis de estresse; 4% com o controle do diabetes e 27% com a redução dos níveis de gordura no sangue.