A relação íntima entre a mucosa intestinal e sistema imune vem sendo cientificamente comprovada. Aproximadamente 70% do sistema imune está associado ao trato gastrointestinal. Isto forma o que foi chamado de GALT (tecido linfoide associado ao intestino) e o MALT (tecido linfoide associado às mucosas). Desde os pequenos linfonodos da mucosa, chamados de Placas de Peyer, até os grandes linfonodos, como as amígdalas palatinas, fazem parte deste ativo sistema imune inato.
A flora intestinal está em “comunicação” constante com o sistema imune, tendo uma ação sinérgica e simbiótica.
Em um estudo com ratos, que foram destruídas todas as bactérias intestinais observou-se uma diminuição importante de toda função do sistema imune.
A ativação do GALT pela alimentação inadequada (macroproteínas de difícil digestão), ou pela hiperpermeabilidade intestinal, dispara a produção de citocinas inflamatórias e de imunoglobulinas. Consequentemente, reações agudas imediatas ocorrem no organismo podendo desencadear uma forte alergia alimentar (Imunoglobulina E) ou alergias crônicas como rinite, dermatite, bronquites e artrites (Imunoglobulina G). O mais difícil nesse momento é identificar o alimento causador das alergias crônicas já que os efeitos podem aparecer de 24 a 72 horas após a ingestão. Estas imunoglobulinas podem também depositar-se em órgãos à distância do intestino e provocar reações inflamatórias alérgicas nestes locais, levando à descoberta da relação entre intestino e saúde/doenças.
Para a prevenção deste distúrbio é essencial uma reeducação alimentar, evitando o consumo excessivo de alimentos processados, de açúcares simples, das carnes e do leite e derivados ricos em antibióticos. Para o tratamento deste desequilíbrio recomenda-se aumento na ingestão de vegetais, frutas e cereais (são fontes naturais dos prebióticos). Além disso, o uso de produtos como probióticos e glutamina auxilia na prevenção e no tratamento das possíveis alterações da microbiota e da mucosa intestinal.
Fonte: Revista Essentia Pharma