A Universidade da Finlândia Oriental investigou a relação do banho de sauna com o mal de Alzheimer.
Mais de 2.000 homens foram estudados por mais de 20 anos. Eles se dividiram em três grupos de acordo com a frequência na sauna: uma vez por semana, duas ou três vezes, quatro a sete vezes por semana. Depois, os pesquisadores analisaram qual dos indivíduos desenvolveu o Alzheimer ou outro tipo de demência.
Os resultados foram impressionantes: verificou-se que, quanto mais banhos de sauna os filandenses tomavam, menos risco de desenvolvimento dessa doença e também de outras enfermidades que afetam a memória eles apresentavam. Os homens do terceiro grupo, que utilizavam a sauna de quatro a sete vezes por semana, tinham um risco 65% menor quando comparados com os indivíduos do primeiro grupo, que só frequentavam a sauna uma vez por semana.
De acordo com os pesquisadores, os estudos precisam ser repetidos em uma população diversificada para se garantir o resultado encontrado.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutrição UFMG)
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Referência:
Tanjaniina Laukkanen, Setor Kunutsor, Jussi Kauhanen, and Jari Antero Laukkanen. Sauna bathing is inversely associated with dementia and Alzheimer’s disease in middle-aged Finnish men
O tomate tem esta vocação: é rico, muito rico em licopeno, uma substância defensora do corpo humano e que dá a cor vermelha extraordinária ao tomate.
Portanto, quanto mais vermelho esse fruto estiver, mais rico de licopeno estará.
Em recentes estudos, ficou demonstrado seu papel na prevenção do câncer, especialmente o de próstata – segundo tipo mais comum entre os homens brasileiros. Na Universidade de IIIinois, nos Estados Unidos, cientistas confirmaram em laboratório sua ação protetora em células da glândula.
Embora haja bons indícios de que o licopeno ajuda a afugentar outros tumores, inclusive nas mulheres, a íntima associação com a blindagem da próstata já começa a ser explicada. Segundo os pesquisadores, um de seus destinos preferidos é aquela região que a ala masculina defende com mãos, unhas e dentes (órgão sexual). Não à toa, os países com menor incidência de câncer de próstata no mundo, entre eles a Grécia e a Turquia, têm o tomate na base de sua dieta.
Metido, o senhor tomate não se convida para entrar em nossa cozinha apenas para participar de expedições antitumorais. Ele também quer espaço no coração da família. Ainda bem.
Pesquisadores da Tufts University, em solo americano, revisaram uma penca de estudos publicados na última década sobre o impacto do licopeno no sistema cardiovascular. Eis a conclusão: a ingestão diária da substância está associada a uma redução de 26% no risco de doenças cardíacas.
Nessa história, o cérebro também se dá bem: uma pesquisa finlandesa publicada no jornal da Academia Americana de Neurologia constatou que pessoas que consumiram o fruto e os produtos à base dele corriam um risco 55% menor de sofrer um derrame.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (curso de nutrição da PUC Minas)
É sabido que, no mundo contemporâneo, as pessoas vivem por mais tempo.
Para se ter uma ideia disso, de 1921 para 2011, a expectativa de vida no Canadá aumentou de 57,1 anos para 81,7. Ou seja, houve um ganho de 24,6 anos nesse período. E, para aproveitarmos esse tempo com qualidade, é importante que sigamos algumas orientações médicas:
1) Cuide de seu coração
O exercício tem um efeito dilatador sobre os vasos sanguíneos, reduzindo a pressão arterial e criando um sistema circulatório mais eficiente. Já a ingestão de açúcar, sal e gordura provoca o efeito contrário, já que eles constringem os vasos sanguíneos, estabelecendo placas ao longo das paredes dos vasos.
Se você quiser desfrutar de boa saúde por muitos anos, você precisa assumir o compromisso de evitar esses alimentos e de se exercitar em uma base regular. Para os canadenses, 30 minutos de atividade de moderada a vigorosa durante cinco dias por semana é o ideal.
2) Cuide de seu intestino
A manutenção de um sistema digestivo saudável tem um efeito profundo na saúde em geral. Ingerir fibras – tanto solúveis quanto insolúveis – e itens fermentados, como picles, salada de repolho ou chucrute, que fornecem bactérias saudáveis para ajudar a quebrar os alimentos em seu estômago, é deixar o sistema digestivo bem.
3) Beba bastante água todos os dias
Se você não sabe quanto de água deve tomar por dia, siga aquela velha e boa regra: oito copos por dia para começar. Considerando-se que um copo tem apenas 240 ml, você pode ir, gradualmente, aumentando a quantidade. A hidratação apresenta uma série de benefícios, como ajudar a ativar o metabolismo na parte da manhã, dar à pele um brilho saudável e auxiliar o organismo na eliminação das toxinas.
4) Alongue-se diariamente
Uma das melhores coisas que as pessoas podem fazer pensando em seu futuro é desenvolver uma rotina de alongamento diário. A partir dos 35 anos, nossos corpos começam a perder massa muscular naturalmente, através de um processo chamado sarcopenia. Em muitas pessoas de 50, 60 e 70 anos, os músculos encolhem, afetando as articulações e ocasionando alterações posturais, especialmente nos quadris e na coluna vertebral. Isso, consequentemente, promove mudanças nos padrões da caminhada e, finalmente, resulta no aumento do risco de queda e de lesão.
Fonte: http://
Após um alerta emitido pela autoridade europeia no ano passado sobre o creme de avelã Nutella, que conta com uma legião de fãs no mundo inteiro, estabelecimentos comerciais da Itália já boicotam a venda do produto.
De acordo com o site inglês “Independent”, redes de supermercado, como a líder de mercado Coop, estão deixando de vender Nutella com o objetivo de prevenir a saúde dos consumidores. Conforme resultados de pesquisas realizadas com o creme apontaram, ele possui um ingrediente potencialmente cancerígeno, o óleo de palma refinado. Segundo o alerta da autoridade europeia, o óleo de palma pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer se tiver sido refinado a temperaturas acima de 200ºC.
O nível de risco ainda não foi definido com exatidão. Por isso, qualquer quantidade é considerada perigosa, especialmente para as crianças. “Existem provas suficientes de que o ingrediente glicidol é genotóxico e pode causar cancro”, explicou de maneira técnica Helle Knutsen, presidente da autoridade europeia.
Apesar do alerta, a empresa Ferrero, responsável pela fabricação da Nutella, contestou a autoridade. “A saúde e a segurança dos consumidores são a maior prioridade da Ferreno, e nós confirmamos que os produtos da Ferreno são seguros para consumo”, afirmou a companhia. “Fazer Nutella sem óleo de palma poderia resultar em um produto inferior; seria um passo atrás”, considerou Vincenzo Tapella, diretor de vendas da Ferrero. Segundo ele, o produto é responsável por dar ao creme de avelã a consistência que ele tem.
O óleo de palma poderia ser trocado por óleo de girassol ou de colza. No entanto, essa mudança poderia custar até 20 milhões de euros por ano. As marcas Nestlé, Ben & Jerry’s, Cadbury e Clover também utilizam óleo de palma em seus produtos.
Fica o alerta!
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Curso de nutrição da PUC Minas)
A resposta é “sim”. Estudos vêm mostrando que, na massa cinzenta do sistema nervoso, o que controla a dor, as emoções e o apetite é um hormônio denominado “serotonina”.
Recentemente, descobriu-se que cerca de 95% dessa substância é produzida no intestino, através do triptofano, que é o principal aminoácido essencial. Inicialmente, a serotonina circula nos neurônios intestinais, ajudando a controlar os movimentos e a sensibilidade, e, posteriormente, por meio das células nervosas da medula espinhal, é conduzida para o cérebro.
A acetilcolina é outra substância que segue a trilha da serotonina. Por esse simples fato, justifica-se a importância da regularidade do sistema digestivo, principalmente no que se refere à função intestinal. Problemas como prisão de ventre e síndrome do intestino irritável podem ser causados pela deficiência da acetilcolina, que é um neurotransmissor responsável pela comunicação dos dois sistemas.
Resumindo, verifica-se que a harmonia do processo digestivo vai contra a degradação cerebral.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC MINAS)
Referência: informativo “QuantumBio” (edição #13 – março de 2016)
Em 2013, foi publicada extensa revisão a respeito do tema na revista “Annals of Internal Medicine”.
Os autores desconsideraram os trabalhos em que apenas uma vitamina ou um mineral foram estudados e buscaram na literatura médica somente aqueles em que se pesquisou o uso de um multivitamínico. Dois trabalhos atenderam a esse nível de exigência.
O primeiro deles acompanhou 12.741 franceses saudáveis por uma média de 7,5 anos. Ele foi chamado de “Estudo Su.Vi.Max: estudo placebo controlado e randomizado dos efeitos dos antioxidantes e minerais na saúde”. Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro recebeu diariamente um multivitamínico com três vitaminas antioxidantes e dois minerais, e o segundo, uma cápsula de placebo. Os principais resultados obtidos foram:
– Redução de 37% da mortalidade geral em homens;
– Redução de 31% da incidência de câncer em homens;
– Redução de 23% da mortalidade geral em homens e em mulheres.
Diante desses números, é possível imaginar que, se as pessoas passarem a tomar uma pílula diária de vitaminas, a mortalidade geral e de câncer em homens reduzirá entre 30% e 40%.
O segundo estudo foi feito apenas com homens: acompanharam-se 14.641 médicos americanos com mais de 50 anos por uma média de 11,2 anos, sendo que 1.312 homens já tinham tido câncer antes de iniciarem o estudo (“Estudo Randomizado Controlado da Saúde dos Médicos II”). Para um grupo foi dado um multivitamínico comercial de baixas dosagens, e, para outro, placebo. Os principais achados desse estudo foram:
– Redução da incidência de câncer de 27% em quem já havia tido a doença;
– Redução da incidência de câncer de 12% se retirado o câncer de próstata;
– Redução da mortalidade de câncer de 12%.
Explicam-se menores resultados nesse estudo em comparação com o anterior pela menor dose de vitaminas administrada.
Também em 2013, foi publicado um grande trabalho do Projeto de Pesquisa Agrupada Pós-Câncer de Mama (After Breast Cancer Pooling Project), que fez uma metanálise de quatro estudos realizados somente com mulheres já tratadas de câncer de mama, as quais receberam um multivitamínico. Os principais resultados alcançados foram:
– O uso de antioxidantes associado a multivitamínicos reduziu a mortalidade geral em 21%;
– O uso de um multivitamínico diminuiu a mortalidade geral em 16%.
Os dados levam à conclusão de que os multivitamínicos têm um efeito preventivo comprovado tanto em mulheres quanto em homens, reduzindo a incidência total de câncer ou a recidiva em quem já teve a doença, diminuindo, assim, a mortalidade geral.
Fonte: revista “Essential Nutrition”
O comprimido automedicado pode resolver o incomodo de imediato, mas há um perigo se a automedicação vira rotina e a pessoa não consegue viver sem os medicamentos com qualquer indisposição.
Publicado pela revista Superinteressante da Editora Abril, o livro “Tarja Preta – Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma” aborda os perigos da automedicação.
• Tylenol:
Podem sobrecarregar o fígado com altas doses por dia causando lesões irreversíveis e até mesmo falência dos órgãos, em alguns casos. A superdosagem pode acontecer pois outros medicamentos também possuem o mesmo principio ativo.
• Neosaldina:
Os efeitos colaterais da dipirona agem na diminuição da quantidade de células do sangue (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas) além do choque anafilático (reação alérgica grave) e diminui a capacidade do corpo liberar endorfina.
• Dorflex
Além dos efeitos colaterais já citados da dipirona, a superdosagem da orfenadrina é tóxica e pode levar a morte. Alguns efeitos em doses altas são: boca seca, alterações nos batimentos cardíacos, tremor, agitação, delírio e coma.
• Aspirina
A quantidade suficiente para causar choque cardiovascular e insuficiência respiratória são 8 comprimidos de Aspirina (altas doses aumentam o risco de excesso de acidez no sangue e a baixa de glicose). Em diabeticos, a automedicação da Aspirina pode causar hipoglicemia. Combinado com outro anti-inflamatório ou álcool, o uso aumenta as chances de úlcera e sangramentos estomacais e intestinais.
• Salompas
Medicamentos aplicados na pele são mais raros pois o organismo absorver o remédio é um pouco mais difícil. No caso das Salompas, o risco exige se o paciente já faz o uso de algum anticoagulante, medicação para diabetes e se é alérgico a algum principio ativo da Aspirina ou se possui sangramentos gastrointestinais ou problema no fígado ou rins.
• Eno
2 envelopes do medicamento “Eno” possuem 1,7g de sódio (quase a recomendação máxima diária do consumo de sódio para cada indivíduo adulto, que é 2 gramas). Este tipo de medicamento pode ser um problema principalmente para quem possui pressão alta ou problemas cardíacos. O uso indiscriminado pode alterar o pH estomacal e, sobrecarregar os rins e pulmões. O excesso de antiácidos pode reduzir a absorção de nutrientes e diminuir as defesas naturais do suco gástrico, aumentando assim os ricos de contaminação de alimentos.
• Omeprazol
O Omeprazol age na diminuição do suco gástrico e seu uso contínuo pode causar efeito-rebote gerando o excesso de produção de gastrina. Assim como os antiácidos, o uso automedicado frequentemente pode aumentar o risco de infecções e dificultar o organismo a absorver nutrientes. O uso pode provocar a diminuição dos níveis de magnésio podendo causar problemas cardíacos.
• Neosoro
O principio ativo nafazolina pode induir a tolerância, efeito-rebote e até dependência psicológica. O uso frequente faz com que o corpo acostume com a medicação e exija uma quantidade maior do produto. O Neosoro pode aumentar a pressão sanguínea e trazer problemas cardíacos além de uma rinite medicamentosa.
• Torsilax
Os anti-inflamatórios de um modo geral podem atacam as mucosas do sistema digestório, causando náuseas, vômito, diarreia, cólicas abdominais, sangramento gastrointestinal e úlceras.
• Amoxil
A automedicação de antibióticos pode levar a proliferação de bactérias resistentes chamadas de superbactérias causando dependências ou até mesmo resistência ao medicamento.
Texto por: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutriçao UFMG)
Referências: “Tarja Preta – Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma” Marcia Kedouk, Editora Abril.
Além de exterminar larvas de mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, planta ajudará a não contaminar a água ou o solo com produtos químicos.
Um dos projetos selecionados na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao vírus zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti traz como estratégia o combate às larvas do mosquito através da ação fotodinâmica. A técnica foi criada por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos. “As larvas vão comer um pozinho que é colocado na água e elas vão morrer, como se fossem queimadas, quando entrarem em contato com a luz”, explica um dos coordenadores do estudo, Vanderlei Salvador Bagnato.
Com mais de dois anos de estudos e trabalhos publicados, o objetivo do grupo, além de exterminar as larvas, era desenvolver uma tecnologia que não contaminasse a água ou o solo com produtos químicos. Por isso, foi utilizado nos experimentos uma substância que facilmente pode ser encontrada na flora brasileira.
“O princípio desse estudo é fazer a larva ingerir uma substância que quando ativada pela luz possa produzir uma ação tóxica que a mate. Então da raiz da curcumina (açafrão) nós extraímos uma molécula e a transformamos em pó”, detalha Vanderlei.
O pó pode ser jogado durante a noite, para que quando a luz do sol aparecer, as larvas já o tenham comido e assim sejam exterminadas. O efeito da substância pode ser ativado tanto pela luz solar, como pela artificial. A água, nesses ambientes, não terá as características modificadas, já que a própria luz também faz com que a substância, derramada em pó, desapareça por foto degradação.
Blog da Saúde: http://www.blog.saude.gov.br/…/51957-raiz-de-acafrao-pode-s…
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC)
A primeira pesquisa que descobriu na chia um poder antioxidante, capaz de prevenir o envelhecimento precoce das células, foi publicada pelo Departamento de Alimentos e Nutrição da Unicamp, em Campinas.
Por meio do estudo, pesquisadores concluíram que, além de possuírem propriedades nutritivas, a semente ou óleo da chia podem ajudar na prevenção de vários tipos de doenças, como o câncer, o diabetes e o Alzheimer.
Através do estudo, que teve a duração de quatro anos, os cientistas verificaram que, com o consumo tanto da semente quanto do óleo da chia, houve um efeito anti-inflamatório que reduziu os níveis de colesterol de 30% a 40% e aumentou a concentração de ômega 3 (gordura benéfica para o organismo).
De acordo com o professor Mário Maróstica, do Departamento de Alimentos e Nutrição, a pesquisa revelou também que, além de reduzir a quantidade de açúcar no sangue, a chia previne doenças cardiovasculares e diabetes dos tipos 1 e 2.
Os especialistas recomendam que, para se garantirem todos esses benefícios, é necessário ingerir duas colheres de sopa de chia nas refeições diárias ou usar o óleo no tempero da comida.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (curso de nutrição da UFMG)
Referências:
Tese: “Avaliação do potencial da semente e do óleo de chia (salvia hispanica l.) na prevenção e no tratamento da obesidade e de comorbidades induzidas por dieta hiperlipídica e hiperglicídica in vivo”
Autora: Rafaela da Silva Marineli Campos
Orientador: Mário Roberto Maróstica Junior
Unidade: Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)
Antes de se descreverem os aspectos mais relevantes sobre a grávida que quer praticar exercício, é importante esclarecer o significado das expressões “atividade física”, “exercício” e “esporte”, bem como a diferença existente entre elas.
Atividade física é qualquer movimento corporal que se consegue realizar em função de contração muscular e com um gasto energético acima do basal, que é a quantidade mínima de energia (calorias) necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso.
Exercício é um tipo de atividade física mais estruturada, que envolve intensidade, frequência, duração, tendo como objetivo a melhora da aptidão física e, por conseguinte, da saúde. Assim, quando a mulher caminha até o mercado ou a qualquer lugar, com um determinado número de passadas por minuto, para percorrer a referida distância em certo intervalo de tempo, ela está fazendo exercício.
Esporte é uma espécie de atividade física que contempla conceitos de desempenho e competição. Assim, quando a mulher quer percorrer aquela distância até o mercado mais rapidamente do que qualquer outra pessoa, praticando esporte.
É relevante destacar que diversos órgãos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, o Centers for Disease Control, o American College of Sports Medicine (24), a American Heart Association e até mesmo o programa Agita São Paulo recomendam que “todo cidadão deve fazer pelo menos 30 minutos de atividade física diariamente, de intensidade moderada, de forma contínua ou acumulada”.
Considerando-se isso, pode-se ressaltar que:
1) As grávidas deveriam acumular pelo menos 30 minutos de atividade física ao dia, o que significa que aquelas que querem, podem ou estão acostumadas a fazer mais tempo estão incluídas na mensagem;
2) As características das atividades mencionadas não exigem roupas ou sapatos especiais, locais incrementados ou monitores a seu redor, o que barateia o custo, mas, principalmente, facilita o acesso, reforçando o caráter de inclusão da mensagem;
3) Se o objetivo é desenvolver mais um estilo de vida do que um acanhado programa de exercícios, deve-se considerar cinco o número de dias na semana ou, se possível, todos;
4) A intensidade sugerida é a moderada, mas, com a progressão da gestação ou nos casos de dúvida, deve-se passar a praticar atividades leves;
5) Se a mulher tem condições físicas e tempo para realizar as atividades de forma continuada, ótimo. Do contrário ou no caso de grávidas sedentárias ou nas fases mais tardias da gestação, é bom lembrar o novo conceito: pode-se “acumular” saúde em sessões de pelo menos dez minutos de duração! Ou seja, tanto faz a grávida caminhar os 30 minutos de uma só vez ou acumular três sessões de dez minutos cada.
A partir das pesquisas relacionando gravidez e atividade física, podem-se citar os principais benefícios biológicos, psicológicos e sociais do exercício durante a gravidez:
– Menor ganho de peso e adiposidade materna;
– Diminuição do risco de diabetes;
– Diminuição de complicações obstétricas;
– Ausência de diferenças significativas em idade gestacional, duração do parto, peso no nascimento, tipo de parto, valores de APGAR (avaliação de cinco sinais objetivos do recém-nascido) e complicações maternas e fetais.
– Diminuição do risco de parto prematuro;
– Redução da duração da fase ativa do parto;
– Diminuição de hospitalização;
– Melhora da autoimagem;
– Redução da incidência de cesárea;
– Aumento dos valores de APGAR;
– Melhora da autoestima;
– Melhora da sensação de bem-estar;
– Diminuição da sensação de isolamento social;
– Redução da ansiedade e do estresse;
– Melhora da capacidade física;
– Diminuição do risco de depressão.
As atividades indicadas pelos especialistas são:
1. Musculação
Apesar de parecer incompatível com a gestação, a musculação pode, sim, ser adotada na gravidez, especialmente se a mulher já praticava a modalidade. Mas a atividade não é liberada por todos os médicos, e é preciso consultar o ginecologista.
“Se bem-orientada, a musculação é uma atividade muito interessante, uma vez que fortalece musculaturas responsáveis pelo controle postural. Mas há sempre a necessidade de realizar ajustes, conforme a individualidade de cada gestante”, informa a educadora física Gizele Monteiro, especialista em exercícios na gravidez e autora do livro “Guia Prático de Exercícios para Gestantes: com Base no Método Mais Vida” (Editora Phorte).
2. Pilates
Trata-se de uma das modalidades mais praticadas pelas mulheres grávidas. Não é uma atividade indicada para mulheres sedentárias antes de engravidar ou que nunca a fizeram antes.
3. Hidroginástica
Esta ainda é a atividade mais indicada pelos médicos. Seus benefícios para as gestantes, principalmente no último trimestre, são diversos, pois é nessa fase que muitas sofrem com o inchaço nas pernas. No entanto, há de se tomar cuidado com o local escolhido para a prática, pois as aulas devem ser específicas para grávidas.
“A hidro é um exercício físico com intensidade moderada. Porém, a flutuabilidade da água ajuda a aliviar o peso extra da gestação e a diminuir o impacto. Sua prática também contribui para amenizar as dores do parto, reduzindo, assim, a necessidade de anestesia”, explica a ginecologista Cristine Lima Nogueira.
4. Caminhada
Caminhar em esteira ou ao ar livre é um exercício sem impacto, liberado para gestantes que não faziam exercícios. É uma das modalidades mais recomendadas pelos médicos por ser simples, não exigindo um nível de aptidão elevado. Além disso, o ritmo regular da prática ajuda a manter a forma física sem sobrecarregar os joelhos. O ideal é caminhar pelo menos meia hora por dia.
5. Ioga
A ioga é ótima para deixar a gestante mais flexível, além de tonificar os músculos e melhorar o equilíbrio e a circulação. A modalidade trabalha com técnicas de respiração e relaxamento que podem ser extremamente úteis na hora do parto, além de aliviar o estresse.
6. Alongamento
Para se aumentar a flexibilidade e se relaxarem os músculos já tão sobrecarregados pelas mudanças posturais na gravidez, o alongamento é muito importante para as gestantes. A prática também proporciona maiores agilidade e elasticidade do corpo, ajudando a prevenir lesões.
“O alongamento deve fazer parte de todo programa para gestantes, mas também deve haver o cuidado com o excesso, pois os ligamentos e as articulações nesse período estão mais sensíveis pelos hormônios”, afirma a educadora física Gizele Monteiro.
7. Treinamento funcional
O treinamento funcional é composto por um “combinado” de exercícios com o uso de diversos tipos de equipamento, visando-se proporcionar maior equilíbrio, força, resistência, flexibilidade e coordenação aos praticantes. Já há profissionais no mercado que desenvolvem um programa de treinamento funcional específico e adaptado às gestantes – sem, é claro, a prática de exercícios arriscados e de instabilidade.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC)
Referência: “A Grávida” – Tedesco JJ (editor), São Paulo, ATheneu, pp. 59-81,2000