Os TCM são moléculas de gorduras formadas por três ácidos graxos ligados ao glicerol.
Constituem a principal forma de gordura presente na dieta humana e foram introduzidos na clínica há aproximadamente 50 anos, visando ao tratamento de disfunções na absorção de lipídios, servindo como fonte de energia e substituindo as dietas baseadas em triglicerídeos de cadeia longa (TCL) (JEUKENDRUP; SARIS; WAGENMAKERS, 1998; OLIVEIRA; GAZZOLA, 2002
A hipótese de que a suplementação lipídica contribuiria para o desempenho do atleta surgiu após o estudo elaborado por Randle et al., em 1963, no qual foi proposto que o aumento da taxa de oxidação de ácidos graxos reduziria a taxa de oxidação de carboidratos. Subsequentes pesquisas seguiram várias estratégias a fim de aumentar a disponibilidade de ácidos graxos livres ou aperfeiçoar a capacidade de oxidação de lipídios, objetivando a promoção do efeito poupador de glicogênio (AOKI; SEELAENDER, 1999).
Os TCM têm sido adicionados a algumas bebidas energéticas com o propósito de prolongar a fadiga, poupando, dessa forma, os estoques corporais de glicogênio para o fim da competição. Pesquisas demonstram que, durante exercícios de ultrarresistência, o atleta utiliza elevadas concentrações de carboidratos e ácidos graxos, e sofre considerável grau de proteólise. A utilização de carboidratos e ácidos graxos, ao mesmo tempo, como substrato energético permite ao organismo manter a glicemia com maior facilidade, reduzindo o estresse provocado pela variação glicêmica e aumentando o tempo de resistência à fadiga (GOMES et al., 2007).
A adequação da dieta e a suplementação estão associadas à melhoria do rendimento esportivo e à manutenção da qualidade de vida do atleta. Com isso, os lipídios são uma fonte de energia indispensável ao organismo durante a atividade física, sendo essenciais principalmente quando as reservas de glicogênio estão depletadas.
Metodologias de treinamento e intervenções nutricionais têm sido pesquisadas a fim de potencializar a produção de energia a partir dos ácidos graxos no exercício, o qual pode gerar quadros de estresse e de comprometimentos imunológicos, fazendo com que haja cada vez mais interesse em se estabelecerem condutas nutricionais adequadas, que assegurem a saúde, a recuperação e o rendimento dos esportistas.
Sugerem-se mais estudos em relação à suplementação de triglicerídeos de cadeia média, sobretudo no que se refere ao tempo dos estímulos e à quantidade oferecida ao atleta.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC MINAS)
Uma alimentação equilibrada, associada a um estilo de vida saudável e ao consumo diário necessário de água, pode contribuir com a saúde da pele, fornecendo os nutrientes responsáveis por garantir sua integridade, sua elasticidade e seu brilho natural.
Por outro lado, uma alimentação deficiente em determinados nutrientes pode ser refletida em uma pele sem vida.
A ingestão adequada de água favorece a absorção dos nutrientes necessários ao equilíbrio da pele, garantindo sua hidratação. Além disso, a água trabalha juntamente com as fibras, estimulando o trânsito intestinal e eliminando as toxinas do organismo, a fim de impedir que seu acúmulo seja percebido na pele.
A quantidade média de água a ser consumida por dia para promover benefícios à saúde da pele é de 30 ml por de peso, e a dose diária deve ser dividida no decorrer do dia. Para o organismo, essa quantia significa um auxílio na eliminação de impurezas e a melhora da circulação sanguínea (isso também pode ajudar a prevenir o aparecimento da celulite). Quando a pele está hidratada, as rugas se tornam menos perceptíveis, e a pele fica mais firme.
O consumo de água controla os níveis nutricionais sanguíneos e favorece a absorção dos nutrientes necessários ao equilíbrio celular. Só para você entender melhor, os cremes conseguem atingir a camada superficial da derme, enquanto a água é capaz de hidratar as camadas mais profundas. Sem contar com as fibras de colágeno, que são responsáveis pela sustentação da pele e dependem da água para sua renovação e seu bom funcionamento!
Alguns alimentos também podem ajudar na hidratação do organismo. Veja o que cada 100 g dos seguintes itens possuem: pepino – 96% de água e 17 calorias; melancia – 92% de água e 31 calorias; cenoura – 86% de água e 45 calorias; abacaxi – 87% de água e 48 calorias.
Dessa forma, na dieta para garantir a saúde da pele, é importante incluir principalmente fibras, água, vitaminas e minerais, todos os dias, na alimentação. A oleosidade da pele e o surgimento da acne são problemas de inúmeras causas, sendo as alterações hormonais as principais responsáveis, sobretudo na adolescência. A alimentação, associada a um estilo de vida saudável, pode amenizar o problema, porém não consiste num tratamento único.
Pessoas que adotam o veganismo em suas vidas, ao contrário do que muitos pensam, comem muito bem e de forma variada.
É claro que quando alguém da família começa uma dieta com tantas restrições sempre vai aparecer aquele parente para criticar ou te fazer mudar de ideia. Mas na casa da Maísa, aconteceu o contrário. Os pais perceberam que se tornar vegana fez um bem danado pra ela. “Minha família, por exemplo, prefere hoje uma ceia de natal vegana, mesmo que eles não sejam”, conta orgulhosa.
Não é nada fácil mudar a alimentação. Isso é um processo. O primeiro passo é fazer a mente acreditar que é possível. O segundo, procurar ajuda de um profissional e o terceiro é encarar o desafio de lutar por aquilo que você acha que é melhor pra sua vida e para o mundo.
Maísa não se considera uma pessoa radical. Ela aprendeu a valorizar a vida de uma forma diferente: comer sem sacrifícios, sem ter que ver um ser vivo sofrer pra satisfazer um desejo da carne. “Se aquilo feriu algum ser vivo para existir, eu digo não. Seja para alimentos ou roupas, calçados (couro, seda) cosméticos (tutano de boi, fígado de tubarão, testes em macacas grávidas – pra que isso?). A boa notícia é que as pessoas têm se conscientizado cada vez mais. As empresas querem ter selo cruelty free. Um ciclo positivo, de compaixão. Os animais não existem para nos servir”, conclui.
Os transtornos de conduta alimentar formam um grande grupo de distúrbios, que vão de formas parciais ou subclínicas do tratamento alimentar sem outras especificações (TSOE) até a anorexia nervosa (AN), à bulimia nervosa (BN) e ao transtorno da compulsão alimentar (TCAP).
A compulsão alimentar é uma doença mental em que a pessoa sente a necessidade de comer mesmo quando não está com fome e não deixa de se alimentar, apesar de já estar satisfeita. Quem sofre de compulsão alimentar ingere grandes quantidades de alimentos em pouco tempo. Durante o episódio de compulsão, o indivíduo perde o controle.
Como acontece com quase todas as doenças mentais, não há um teste que indique definitivamente que alguém tem transtorno de compulsão alimentar. Portanto, o diagnóstico é feito com base nos relatos do paciente e dos familiares e nas informações sobre a saúde mental e física da pessoa.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC Minas)
A anorexia nervosa, em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens na faixa de 12 a 20 anos. Mesmo estando magras, elas se enxergam gordas.
Quem sofre desse transtorno passa então a ter uma obsessão por emagrecer e, por essa razão, acaba se privando de determinados alimentos. A pessoa não se alimenta e pratica exercícios físicos em excesso. Assim, acaba emagrecendo muito e ficando com as taxas de IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo do que é estabelecido como normal.
Geralmente, o paciente com anorexia não percebe o problema, pois acredita ser normal controlar a alimentação. E, apesar de amigos e familiares insistirem em dizer que ele está magro demais e que deve se alimentar melhor, ele nega a informação e se preocupa em emagrecer ainda mais. Além disso, na maioria das vezes, recusa-se a procurar um especialista.
Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa. Considera-se que essa síndrome é determinada por uma mescla de fatores: biológicos, psicológicos, familiares e culturais. Alguns estudos dizem que a ocorrência desses fatos está fortemente associada à extrema valorização da magreza e ao preconceito com a gordura presentes nas sociedades ocidentais.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC Minas)
A ortorexia nervosa se caracteriza pela obsessão por uma alimentação considerada saudável.
O sujeito portador desse distúrbio limita a variedade de alimentos excluindo certos grupos, como carne, laticínios, gorduras e carboidratos, sem substituí-los adequadamente. As pessoas acometidas buscam ingerir itens tidos como“puros”, despendendo tempo e esforço na busca dessa alimentação sadia, o que incompatibiliza sua vida cotidiana e as afasta das relações sociais.É um transtorno associado não só às mulheres, atingindo também os homens.
A diferença básica entre anorexia e ortorexia nervosa é que nesta existe a preocupação com a qualidade do alimento e coma saúde. Já na anorexia os focos são a quantidade do alimento e o peso corporal.
A grande dificuldade encontrada em relação à ortorexia é a linha tênue que existe entre a alimentação realmente saudável, orientada por profissionais da área de ciências nutricionais, e o comportamento de obsessão patológica do paciente pelo que eleacredita ser “alimentação saudável”. A mídia alimenta o quadro através dos modelos de beleza e da publicidade de saúde impressa nos alimentos padrões inatingíveis pela sociedade em geral.
O papel do nutrólogo, portanto, é fundamental para a realização do diagnóstico precoce da ortorexia nervosa e para a instituição de seu tratamento, bem como para a identificação de outras comorbidades associadas e a orientação quanto à necessidade de tratamentos psiquiátrico e psicoterápico.
Referência:revista “International Journal of Nutrology”
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC MINAS)
Bulimia é um distúrbio que se caracteriza por episódios recorrentes e incontroláveis de ingestão de grandes quantidades de alimentos
Estes alimentos geralmente têm alto teor calórico e após sua ingestão a pessoa tem reações inadequadas, como indução de vômitos, uso de laxativos e diuréticos, jejum prolongado e prática exaustiva de atividade física,com o objetivo único de se evitar o ganho de peso.
Nos portadores de bulimia, não é a magreza que chama a atenção. Em geral, são pessoas, em sua maioria, mulheres jovens, de corpo escultural, que cuidam dele de forma obsessiva, seguindo dietas rigorosas. De repente, perdem o controle e ingerem uma quantidade absurda de alimentos, na maior parte das vezes às escondidas. Depois, são tomadas por sentimentos de remorso ou culpa e se valem de determinados recursos para não engordarem, provocando complicações no organismo, como destruição do esmalte dos dentes, inflamação na garganta, sangramentos, problemas gastrointestinais, arritmias cardíacas, desidratação, entre outros.
A principal diferença entre anoréxicos e bulímicos é o estado de caquexia (extrema desnutrição) a que podem chegar pacientes com anorexia.
Infelizmente, não se conhecem métodos eficazes para se prevenirem patologias como a bulimia e a anorexia. Certamente, o empenho da sociedade para mudar certos valores estéticos ligados ao culto do corpo e à magreza traria benefícios importantes para a saúde das pessoas acometidas por esses distúrbios.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC MINAS)
É preciso atentar para o PH da água, que, se for mais ácido que o do nosso sangue, pode envelhecer e acidificar o organismo corpo.
Isso prejudica nossa saúde, ocasionando doenças como câncer, diabetes, obesidade e osteoporose. Há estudos comprovando que a maior parte das enfermidades desenvolvidas no ser humano se deve à influência de ácidos. E os antioxidantes ajudam a neutralizar os ácidos que se produzem por meio de nosso metabolismo.
O processo de ionização da água é como se ele a reformasse, permitindo-lhe ter entre quatro e seis moléculas por cluster, quantidade que faz com que a água penetre mais facilmente nas células, contribuindo para a prevenção de muitos problemas associados à desidratação crônica, como baixa energia, problemas digestivos, constipação e obesidade.
O mais importante é que a água alcalina ionizada pode ajudar nosso organismo a recuperar sua habilidade de funcionar em seu nível mais alto e manter um adequado balanço de pH, o que pode nos fornecer ricas fontes de minerais alcalinos, como cálcio, magnésio e potássio.
Outro estudo feito com a água alcalina mostrou que o consumo de dois litros de água alcalina ionizada durante dois meses levou a uma perda de peso de cerca de 5 kg e a uma redução da gordura corporal em torno de 3 kg.
A diminuição da sensação de barriga inchada é outro efeito benéfico proporcionado pela água alcalina, por conta de sua ação no sistema gastrointestinal. Isso ocorre especialmente em pessoas que sofrem de aerofagia, que é a acumulação excessiva de gases no sistema gastrointestinal.
Fontes: Obesity and overweight. Organ Mund Saúde. 2013. Disponível em: http://www.bioline.org.br/pdf?gm05022; Altunkaynak Z. Effects of high fat diet induced obesity on female rat livers (A histochemical study). Eur J Gen Med. 2005;2(3):100–
Você vive de dieta e mesmo assim não consegue emagrecer? A explicação pode estar na quantidade de calorias ingeridas diariamente de forma não intencional.
De acordo com uma pesquisa realizada com 1.500 pessoas do sexo feminino no Reino Unido, uma mulher comum ingere, em média, 146 mil calorias “não intencionais” por ano. Isso corresponde a 487 hambúrgueres ou a 1.825 taças de espumante, segundo informações do jornal britânico “Daily Mail”.
Mas de onde vêm essas calorias? Conforme o estudo, elas são provenientes daquele pedacinho de chocolate, biscoito ou doce que parece tão pequeno que não vale a pena ser colocado na lista da dieta, mas que, no fim das contas, acaba fazendo uma grande diferença na balança.
A pesquisa, encomendada pela Heinz, analisou os hábitos alimentares e a preocupação das mulheres com o peso e com a dieta. Os resultados mostraram que, embora as mulheres tentem consumir 1.800 calorias por dia, na verdade seu consumo médio diário é de 2.200 calorias. Ao longo de um ano, isso corresponde a um total de 146 mil calorias ingeridas de forma não intencional ou a cerca de 608 barras de chocolate.
O levantamento revelou também que 71% das mulheres têm a melhor das intenções no que diz respeito a cuidar da saúde, mas que a dieta acaba ficando em segundo plano. E, quando se trata de gatilhos para os exageros, o chocolate aparece como o fator principal, seguido pelas irresistíveis batatas fritas (44%) e pelo pão (35%). Quase metade (47%) das participantes também admite que é mais propensa a comer algo “desnecessário” tarde da noite.
Além disso, 40% das mulheres tendem a comer demais quando estão estressadas, 36% quando estão cansadas e 35% quando estão tristes. A pesquisa mostrou também que, enquanto as mulheres admitem comer mais do que deveriam três vezes por semana, em média, quase metade delas diz estar sempre de dieta, mas sem conseguir emagrecer, e 75% afirmam se preocupar com o peso todos os dias.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição-PUC)
O glúten pode provocar ansiedade e depressão e, quando retirado da dieta, pode reestabelecer o bem-estar nos indivíduos.
Como se trata de um conceito novo, muitas pessoas ainda desconhecem esse fenômeno. Mas por que isso ocorre, afinal? Na verdade, muitos dos processos inflamatórios se dão por conta de problemas cerebrais, tendo início quando o sistema imunológico reage a uma substância no corpo do indivíduo, como a proteína do trigo, o glúten.
A sensibilidade à substância é causada por níveis elevados de anticorpos contra a gliadina, que é uma das frações proteicas do glúten. Essa resposta do sistema imunológico estimula a liberação de citocinas inflamatórias em uma quantidade elevada e com alta frequência, a ponto de alcançar o cérebro e danificar os tecidos. Além disso, os anticorpos podem se ligar a proteínas semelhantes à gliadina no cérebro e igualmente atacá-las. Também nesse caso, o sistema imunológico é acionado, uma vez que entende que estão “atacando” o tecido cerebral de novo.
As doenças neurológicas em que mais ocorre a liberação de citocinas são as de Alzheimer e Parkinson, a esclerose múltipla e o autismo.
É muito fácil perceber a relação da ingestão de trigo com nosso bem-estar. Quando consumimos um pão branco, temos logo a sensação de euforia e bem-estar. Porém, assim que são decompostos no estômago, os peptídeos do glúten maldigeridos atravessam a barreira do intestino, que já está alterada após anos de disbiose intestinal, e chegam ao cérebro, onde agem como opioides, que têm um efeito parecido com o da morfina, proporcionando uma sensação de felicidade. Esses peptídeos são chamados de “exorfinas”. Quando o efeito delas acaba, a pessoa é acometida por uma tristeza e, a fim de recuperar seu bem-estar, segue na busca por mais uma dose da “droga”. Assim, instala-se a dependência química ao glúten.
Fonte: revista “Essentia Pharma Edição” (edição 6)