Além de exterminar larvas de mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, planta ajudará a não contaminar a água ou o solo com produtos químicos.
Um dos projetos selecionados na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao vírus zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti traz como estratégia o combate às larvas do mosquito através da ação fotodinâmica. A técnica foi criada por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos. “As larvas vão comer um pozinho que é colocado na água e elas vão morrer, como se fossem queimadas, quando entrarem em contato com a luz”, explica um dos coordenadores do estudo, Vanderlei Salvador Bagnato.
Com mais de dois anos de estudos e trabalhos publicados, o objetivo do grupo, além de exterminar as larvas, era desenvolver uma tecnologia que não contaminasse a água ou o solo com produtos químicos. Por isso, foi utilizado nos experimentos uma substância que facilmente pode ser encontrada na flora brasileira.
“O princípio desse estudo é fazer a larva ingerir uma substância que quando ativada pela luz possa produzir uma ação tóxica que a mate. Então da raiz da curcumina (açafrão) nós extraímos uma molécula e a transformamos em pó”, detalha Vanderlei.
O pó pode ser jogado durante a noite, para que quando a luz do sol aparecer, as larvas já o tenham comido e assim sejam exterminadas. O efeito da substância pode ser ativado tanto pela luz solar, como pela artificial. A água, nesses ambientes, não terá as características modificadas, já que a própria luz também faz com que a substância, derramada em pó, desapareça por foto degradação.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC)
Um estudo recente vem mostrando a completa importância de se manter um intestino saudável, pois ele se comunica com todo o organismo, na produção, na seleção, na aceitabilidade, na negação, enviando mensagens para várias partes do corpo, inclusive para o cérebro, podendo influenciar até mesmo os sentimentos. Tudo isso ocorre através de comunidades constituídas de centenas (diferentes) de famílias bacterianas, totalizando 100 trilhões de bactérias: as boas, as más e também as indecisas.
Há estudos que apontam que problemas intestinais estão intimamente ligados a diversos tipos de patologias, como doenças inflamatórias intestinais e autoimunes (incluindo as alergias), o que corrobora a relevância de se manter a microbiota intestinal equilibrada e saudável a fim de se evitarem quadros de disbiose.
Acompanhe os próximos posts para entender o que é um quadro de disbiose!
Texto: Dr.Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC Minas)
Referêrencia: revista “Essentia Pharma”, 10ª edição, outubro de 2016
Cada ser humano possui uma microbiota individualizada que varia em número e em espécies de bactérias, sendo influenciada por diversos fatores: idade, genética, dieta, uso de medicamentos e estado de saúde.
Isso faz da microbiota intestinal uma área de extensas pesquisas, as quais geram cada vez mais descobertas.
Quando a população de micro-organismos entra em desequilíbrio, prevalecendo a vontade das bactérias patogênicas, surge o quadro denominado disbiose. Durante sua manifestação, o intestino apresenta-se com focos de inflamação, resultado do rompimento da barreira de proteção dele, o que o torna mais permeável e desprotegido. Sem essa devida proteção, compostos tóxicos começam a penetrar nele até atingirem a corrente sanguínea, resultando numa série de doenças capazes de acometer as mais diversas áreas do corpo.
A alimentação e o uso indiscriminado de alguns medicamentos são os maiores responsáveis pelo desequilíbrio da flora intestinal. Esse desequilíbrio está associado a diversas enfermidades, entre elas a obesidade, a baixa absorção de nutrientes, o diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares e as inflamatórias intestinais, além das desordens neurológicas e dos cânceres.
Por outro lado, o uso de prebióticos e de probióticos favorece uma melhor colonização bacteriana, prevalecendo micro-organismos benéficos.
Acompanhe os posteriores posts para saber o que são prebióticos e probióticos!
Texto: Dr.Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC Minas)
Referêrencia:revista “Essentia Pharma”, 10ª edição, outubro de 2016
Os prebióticos (fibras) alimentam os probióticos, que são as bactérias benéficas.
As fibras são ingredientes que nutrem e estimulam a vida e a reprodução de grupos específicos de bactérias que habitam o intestino,causando, assim, mudanças positivas na composição ou na atividade da microbiota intestinal.
Como exemplos mais conhecidos citam-se:
Frutoligossacarídeos: banana, farinha de banana verde, mel (Agave), açúcar-mascavo e tomate
Inulina: chicória, alho, aspargos, alcachofra e batata yacon
Pelo fato de os prebióticos não serem digeridos, eles chegam ao cólon, onde são fermentados pela microbiota para sua própria nutrição e seu próprio crescimento. A partir da fermentação,formam-se ácidos graxos de cadeia curta, que possuem efeito modulador de inflamação, cicatrização, motilidade intestinal e fonte de energia.
Já os probióticos são os micro-organismos vivos, que, quando consumidos adequadamente, conferem benefícios à saúde do individuo, como a melhoria da função e da integridade do revestimento intestinal.
Cada vez mais, as bactérias vêm sendo estudadas dentro de uma patologia específica, buscando destacar a importância da disbiose – “desequilíbrio” – em diversas situações: imunidade, obesidade, cérebro e infância.
Texto: Dr.Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC Minas)
Referêrencia: revista “Essentia Pharma”, 10ª edição, outubro de 2016
Estudo publicado pela European Society of Endocrinology mostra que a ingestão diária de 400 ml de refrigerantes ou de sucos industrializados aumenta em duas vezes o risco de diabetes.
Muitas pessoas optam por beber refrigerantes diet ou zero por acreditarem que seu consumo é algo melhor para a saúde em relação ao do refrigerante comum, mas é certo que a versão diet ou zero dessas bebidas apresenta resultados semelhantes aos das convencionais, o que pode ser explicado pelo efeito estimulante do apetite provocado por elas.
Para se ter uma ideia, foi analisado o consumo de mais de 1 litro por dia dessas bebidas tipo zero/diet e, nesse caso, o risco de se desenvolver diabetes tipo 2 chega a ser dez vezes maior do que em pessoas que não consomem nenhum tipo de bebida industrializada. Além do diabetes tipo 2, a pesquisa analisou a diabetes autoimune, chamada Lada (atinge cerca de 8% a 10% da população, exige os mesmos cuidados com alimentação e atividade física e seu diagnóstico requer um exame específico), que, geralmente, acomete os adultos e, também em relação a ela, constatou o risco em dobro com o consumo de 200 ml por dia desses industrializados tipo zero ou diet.
Segundo os pesquisadores, são necessários novos estudos para investigar mais o assunto e esclarecer os efeitos das bebidas adoçadas artificialmente.
Referência: LÖFVENBORG, Josefin E. et al. Sweetened beverage intake and risk of latent autoimmune diabetes in adults (LADA) and type 2 diabetes. European Journal of Endocrinology, v. 175, n. 6, p. 605-614, 2016.
Texto por: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutrição UFMG)
O óleo de coco apresenta uma das melhores características para ser utilizado na culinária, pois, diferentemente dos outros óleos populares, seu smoke point é alto.
O smoke point de um óleo ou duma gordura indica a temperatura limite que ele suporta antes da liberação de compostos voláteis que degra¬dam suas propriedades benéficas.
Estudos científicos mostram que seu uso está associado à redução dos triglicerídeos, do LDL (colesterol ruim) e da circunferência abdominal, ao aumento do HDL (colesterol bom), à prevenção de doenças cardiovasculares, à melhora da circulação sanguínea, ao emagrecimento, ao antienvelhecimento e à otimização do sistema imune.
Além dessas propriedades extraordinárias, de acordo com estudos realizados com a substância, o óleo de coco pode ser empregado até mesmo em produto de limpeza oral. Sim, o uso dele na mucosa oral, como um ingrediente da pasta de dente ou enxaguatório, mostrou-se capaz de atuar como antisséptico, prevenindo cáries e gengivites.
Muitas ações do óleo de coco se dão pela presença dos ácidos graxos – os ácidos láurico, cáprico e caprílico – nele, os quais exercem, por exemplo, ações antimicrobiana, antiviral e antifúngica contra diversos micro-organis¬mos causadores de problemas como candidíase e diarreia.
Até mesmo no tratamento de Alzheimer foi possível associar o óleo de coco, que apresentou resultados promissores: além de exercer efeitos positivos sobre alguns fatores de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares, o óleo de coco tem mostrado melhoria no processo de cognição dos pacientes. Isso porque sua metabolização pelo fígado pode gerar corpos cetônicos – importante fonte de energia alternativa para o cérebro –, beneficiando o comportamento da memória.
Estudos mostram também potenciais efeitos anti-inflamatório e antioxidante em relação à artrite. A inges¬tão diária do óleo de coco sob a forma virgem foi capaz de reduzir marcadores inflamatórios, além de aumentar enzimas antioxidantes e glóbulos brancos. A suplementação desse alimento também mostrou resultados que podem ajudar no estado funcional e na qualidade de vida em pessoas que se submetem à quimioterapia.
Então, está esperando o que para colocar esse alimento maravilhoso em sua alimentação?
Texto por Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição PUC – MINAS)
Referência: revista “Essentia Pharma” (10ª edição)
A mandioca, também conhecida como aipim ou macacheira, foi eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento do século 21.
Ela é considerada o segredo da disposição dos povos indígenas e fonte de energia para os europeus, que trocaram o costume do pão de trigo pelo beiju (tapioca), alimento feito a partir da fécula extraída da mandioca.
A raiz é fonte de dois tipos de carboidratos: amilopectina e amilose. Ambos fazem com que a glicose seja liberada mais lentamente para o corpo, fato que evita picos de açúcar no sangue, reduzindo o risco do surgimento de diabetes tipo 2, além de oferecer mais saciedade e energia por ser um alimento rico em fibras e em vitamina C, bem como em minerais, a exemplo de potássio, magnésio e cálcio.
Além dos benefícios citados, a mandioca tem efeito antioxidante e promove inúmeros benefícios para a saúde, tais como aumento da função imune, proteção contra doenças cardíacas, retardo do envelhecimento, proteção contra Alzheimer e osteoporose, redução da frequência de enxaqueca e alívio da tensão pré-menstrual (TPM), entre outros.
Texto por Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutrição UFMG)
O abacate é uma gordura para ingerimos, mas é certo que passamos raiva no ato de escolher o fruto no supermercado, pois ou ele está sempre verde ou bem maduro.
Temos uma dica para você conseguir amadurecê-lo rapidinho e, assim, utilizá-lo na dieta: compre o abacate verde mesmo e o coloque dentro de um recipiente com uma banana madura. Essa produz um gás, chamado gás etileno, que é responsável pela maturação e que funciona como um hormônio, o qual está presente em toda a estrutura do fruto, desde a casca até seu interior, e que promoverá o amadurecimento do abacate.
Com esse fácil truque, não precisaremos esperar que o fruto fique maduro para poder degusta-lo.
Texto e dica por: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutrição UFMG)
De acordo com a revisão Cochrane, apresentada na “European Respiratory Society 2016”, a adição da vitamina D à medicação para a asma pode levar à redução dos ataques provocados por esse problema.
O estudo avaliou 435 crianças e 658 adultos, tendo como resultado a redução significativa da taxa de ataques. No entanto, essa conclusão foi baseada apenas em dados de adultos.
O pesquisador Dr. Martineau afirmou que mais pesquisas devem ser realizadas com o intuito de se tentar identificar se os benefícios da vitamina D são restritos aos pacientes deficientes da vitamina, pois uma grande proporção dos participantes do estudo estava com valores de deficiência ou insuficiência.
A vitamina age com efeito anti-inflamatório nos pulmões, induzindo mecanismos antimicrobianos, além de proporcionar outros benefícios, como ser vital para a regulação da pressão arterial, ajudar na absorção de cálcio (desenvolvimento ósseo/combate à osteoporose) e de fósforo, fortalecer o sistema imune e atuar na secreção de insulina. A ingestão recomendada pelo U.S Dietary Reference Intake para crianças e adultos de até 50 anos é de cinco microgramas por dia (200 UI/dia) e aumenta para dez microgramas/dia (400 UI/dia) para pessoas entre 50 e 71 anos de idade e para 15 microgramas/dia para idosos acima dos 70 anos.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutrição UFMG)
Referências: Martineau AR, Cates CJ, Urashima M, Jensen M, Griffiths AP, Nurmatov U, Sheikh A, Griffiths CJ. Vitamin D for the management of asthma. Cochrane Database of Systematic Reviews 2016, Issue 8. Art. No.: CD011511. DOI:10.1002/
É sabido que o açúcar e os alimentos açucarados podem causar o diabetes por elevarem muito rapidamente o nível de açúcar no sangue.
Numa série de experimentos com camundongos, pesquisadores da Washington University of School Medicine, em recente estudo, observaram que altos níveis de glicose sanguínea aumentaram a quantidade de placas de proteínas amiloide no cérebro, uma característica da doença de Alzheimer (DA). Essas placas são como acúmulos anormais de proteína suspeitos de, gradualmente, destruírem as células cerebrais saudáveis.
Trabalhos feitos anteriormente sugeriam que pessoas com níveis elevados de glicose no sangue e pessoas com diabetes tipo 2 poderiam ter maior risco de sofrerem de Alzheimer com o passar dos anos, e o estudo da Washington University of School Medicine teve como objetivo verificar como isso poderia ocorrer. Fornecendo-se a camundongos uma solução de açúcar ao longo de um número de horas, observou-se um aumento da concentração de amiloide no fluido que circunda as células cerebrais. Os efeitos foram mais perceptível nos camundongos mais velhos.
Mas só se analisaram os de curto prazo. Não se verificou, por exemplo, se níveis elevados de glicose afetam a formação de placas no longo prazo ou quais sintomas eles poderiam acarretar às pessoas. No entanto, as evidências anteriormente publicadas apontam que a adoção de um estilo de vida saudável, juntamente com a redução da ingestão de açúcares, é uma maneira de propiciar uma longevidade de boa qualidade a todos.
Outro trabalho recente, proveniente da Universidade de Missouri e publicado no “Journal of Alzheimer’s Disease”, descobriu que o chá verde pode retardar a doença de Alzheimer. Nesse estudo também foram utilizados camundongos. Observou-se que a progressão da doença poderia ser diminuída ou interrompida com o uso do extrato de chá verde chamado ECGC administrado oralmente em água (50mg/kg/dia). “Esses resultados, em conjunto com estudos epidemiológicos e clínicos em seres humanos, sugerem que os polifenois, juntamente com exercícios, podem ter efeitos benéficos sobre a saúde do cérebro e retardar a progressão da DA”, concluíram os autores.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição PUC Minas)
Referência: revista “Pharma Essentia”