Depressão em pessoas jovens é um fator de risco cardiovascular. Pesquisadores pedem para incluir a depressão na lista de fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares e estimulam o monitoramento precoce do distúrbio. Essa afirmação foi publicada na revista “Circulation”.
Estudos anteriores já haviam mostrado que depressão e distúrbios bipolares são fatores de risco significativos para o aparecimento de doenças cardiovasculares em pessoas jovens, escreveram os pesquisadores liderados por Benjamin I. Goldstein, da Universidade de Toronto (Canadá). Em 2011, um estudo norte-americano mostrou que um histórico de depressão ou uma tentativa de suicídio eram o fator de risco número 1 para a ocorrência de morte por doença cardíaca em mulheres jovens com menos de 30 anos de idade, tendo como causa artérias estreitadas/obstruídas; nos homens, esse tipo de histórico foi o fator de risco número 4.
A análise de estudos anteriores sobre esse assunto também concluiu que pessoas jovens com depressão têm maior probabilidade de apresentar fatores de risco para doenças cardiovasculares, incluindo pressão arterial alta, obesidade e diabetes tipo 2. Isso pode ser parcialmente explicado pelas medicações prescritas, mas a maioria das pessoas jovens nos estudos feitos não era tratada com medicação.
Fonte: Amerin Heart Association August 2015
Normalização do nível de testosterona está associada com menor incidência de infarto do miocárdio e mortalidade em homens.
Uma pesquisa publicada no início de agosto no European Heart Journal, revelou um importante resultado para os homens que realizam reposição hormonal com testosterona. O estudo avaliou mais de 83.000 homens com idade média de 66 anos durante o período de 14 anos consecutivos (1999-2014) quanto a incidência de infarto e mortalidade e concluiu que os pacientes que tinham os níveis de testosterona normais após Terapia de Reposição Hormonal (TRH) apresentavam uma menor mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio (IM).
Objetivos: Há alguma incerteza quanto aos efeitos da TRH e efeitos cardiovasculares (CV), incluindo Infarto e AVC. O objetivo desse estudo foi examinar a relação entre normalização da testosterona total (TT) após TRH e eventos de Infarto, bem como todas as causas de mortalidade em pacientes sem história prévia de IM e AVC.
Conclusão: Neste estudo, observou-se que a normalização dos níveis de TT após TRT foi associada a uma redução significativa na mortalidade geral, IM e AVC.
European Heart Journal Advance Access published August 6, 2015
Suco de beterraba rico em nitrato pode ajudar o organismo a se adaptar mais rapidamente a grandes altitudes, evitando assim o risco de desenvolver doença das alturas. Isso foi sugerido por um estudo norueguês-sueco publicado na revista “Nitric Oxide”. De acordo com o estudo, o suco melhora a função dos vasos sanguíneos, podendo ajudar não apenas atletas mas portadores de hipertensão e doenças cardiovasculares.
Devido aos baixos níveis de oxigênio em grandes altitudes, o organismo não consegue produzir quantidade suficiente de óxido nítrico (NO), reduzindo dessa forma a função dos vasos sanguíneos. Mas visto que o organismo também é capaz de produzir NO com nitrato – não apenas com oxigênio – pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) em Trondheim e da Mid-Sweden University em Oestersund testaram se o suco de beterraba rico em nitrato poderia se provar benéfico ao organismo.
O estudo incluiu 11 participantes e foi realizado a uma altitude de 3.700 metros. A função dos vasos sanguíneos foi medida antes e durante a exposição a grande altitude, usando um teste de dilatação mediada por fluxo via ultrassom. Todos os participantes beberam suco de beterraba rico em nitrato e um suco placebo.
Conforme esperado, a grande altitude fez com que os vasos sanguíneos se contraíssem. Depois da ingestão do suco de beterraba rico em nitrato, os vasos relaxaram e funcionaram normalmente. O suco placebo não teve tal efeito.
“Na próxima vez que você fizer uma expedição a grandes altitudes, pode valer a pena levar uma garrafa de suco de beterraba na mochila”, disse o autor do estudo Svein Erik Gaustad. “Pode ser o estímulo extra que o seu organismo precisa para produzir oxigênio suficiente para os seus músculos cansados e para manter você saudável ao subir uma montanha bem alta.
Nitric Oxide. 2015 Aug 29;50:58-64. doi: 10.1016/
Exercício não tem o mesmo efeito em todas as pessoas
Pessoas com RISCO hereditário de desenvolver diabetes tipo 2 precisam se exercitar mais para conseguir os mesmos resultados iguais a indivíduos sem o mesmo risco. Este é o resultado de um estudo sueco publicado na revista “Journal of Applied Physiology”.
Nesse estudo, cientistas da Universidade de Lund incluíram 50 homens fora de forma, ligeiramente acima do peso mas saudáveis, e na casa dos 40 anos de idade. Metade dos homens pertencia ao grupo de risco de diabetes, com parentes próximos (pais, irmãos) com diabetes tipo 2; a outra metade não tinha parentes com este histórico. Os participantes se exercitaram em uma academia de ginástica por sete meses e se submeteram a rigorosos exames clínicos antes e após as sessões de treinamento.
Embora o programa de exercícios fosse igualmente intenso para os dois grupos, os pacientes com risco de adquirir diabetes tipo 2 participaram de mais sessões e também gastaram mais energia do que o grupo controle. No entanto, a intervenção beneficiou igualmente os dois grupos – todos perderam peso, diminuíram a circunferência da cintura e aumentaram o nível de condicionamento físico. Alterações similares também foram obtidas na expressão genética.
A diferença foi que participantes do grupo de risco tinham que se exercitar mais para obter os mesmos resultados que os participantes do grupo controle.
A conclusão deste estudo é que atividade física associada à um estilo de vida saudável, faz muito bem a todos os públicos, seja portadores de doença ou não, mas o que chamou à atenção, é o fato de pessoas que possuem um histórico familiar para adquirir a doença(Diabetes tipo II), precisam se esforçar ainda mais para ter os mesmos resultados do que indivíduos “normais”. É claro que mais estudos comparativos precisam ser feitos, mas abre-se uma nova luz para a prevenção desta doença !
Journal of Applied Physiology Published 3 September 2015 Vol. no. , DOI: 10.1152/
O consumo de produtos diet e light aumentou 800% de 1998 a 2008. E com a grande diversidade de produtos surgem muitas dúvidas em relação ao seu uso correto.
Os produtos diet e light são alternativas muitas vezes buscadas pelas pessoas que querem emagrecer. Muitos pacientes confundem e acham que diet e light é a mesma coisa, o que pode ser um grande erro, já que cada um age de um jeito no organismo.
O Ministério da Saúde alega que alimentos dietéticos são aqueles produzidos de forma que sua composição atenda às necessidades de indivíduos com exigências físicas, metabólicas, fisiológicas ou de doenças específicas.
De modo geral os produtos DIET, são caracterizados pela ausência de algum ingrediente como açúcar, sal ou gordura, portanto nem sempre apresentam baixa caloria ou muito menos são indicados exclusivamente para o emagrecimento. Os chocolates e sorvetes diet, muitas vezes são mais prejudiciais a saúde do que a fórmula tradicional, uma vez que para manterem o sabor, são adicionados uma grande quantidade de gordura hidrogenada, conservantes e aromatizantes, o que faz o alimento se tornar um verdadeiro veneno!
Os alimentos “LIGTH”, deveriam apresentar uma redução mínima de 25% de algum ingrediente comparado a sua versão normal. Essa redução pode ser de sódio, gordura saturada, carboidrato, colesterol ou qualquer outro ingrediente especificado no rótulo. Digo deveriam, por que alguns produtos não passam por fiscalização rigorosa afim de certificar-se realmente da retirada desses 25%, ano passado por exemplo, 90% das marcas de pão de forma, foram reprovadas por não cumprirem a lei, em contra partida retiraram o LIGTH da embalagem e colocaram “Fit” “Mais leve” “Mais saudável” o que não quer dizer que realmente seja saudável !
Não se engane, não sabote a sua dieta, muitas vezes o LIGHT ou DIET pode sair caro, dependendo de como for a sua escolha, ou da quantidade e momento que foi ingerido. Cerifique-se com seu médico ou nutricionista, e encontre a melhor solução para o seu cardápio!
Substância encontrada no chocolate tem ações anti-inflamatória e antioxidante
Recente estudo da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj) mostrou que o chocolate amargo pode trazer benefícios para pacientes que sofrem de doenças cardíacas. Isso ocorre porque o composto químico chamado flavonoide possui ações anti-inflamatória e antioxidante e, consequentemente, potencializa a vasodilatação (aumenta o calibre dos vasos). Esse composto químico também pode ser encontrado no cacau e em alguns vinhos.
O estudo foi feito em pacientes que estiveram internados, entre outubro e dezembro de 2013, no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, ligado à universidade federal do Estado (UFSC). Segundo o vice-presidente da Socerj, Ricardo Mourilhe, o efeito foi similar ao obtido por medicamentos como as estatinas, usadas pelos cardiologistas para o controle do colesterol dos pacientes. Na pesquisa, foi analisado um consumo diário de 100 gramas de chocolate amargo com 85% de cacau.
Se o objetivo é melhorar a qualidade de vida e otimizar o tratamento de pessoas com problemas de pressão, o ideal é extrair essa substância do chocolate. Afinal de contas, o consumo em exagero do produto pode levar ao ganho de peso, o que seria prejudicial. Então, chocolate amargo sim, mas com moderação!
Benefícios do açaí na atividade física!
Um estudo randomizado analisou o efeito do açaí (Euterpe oleracea Mart) nos músculos e nos marcadores de estresse oxidativo durante a percepção de esforço. A bebida foi utilizada como ergogênico para atletas, e cada dose continha 27,6 mg de antocianinas. Quatorze atletas realizaram três testes de exercício em esforço máximo.
O sangue foi coletado no início e após o exercício para se determinarem os biomarcadores. O consumo do açaí reduziu o esforço percebido, e respostas cardiorrespiratórias apresentaram uma melhora não esperada pelos atletas e pelos estudiosos.
É fato que serão necessários novos estudos para comprovar todos os benefícios. Porém, através desse, é notório perceber que essa bebida funcional serve como um auxiliar ergogênico útil e prático para melhorar o desempenho durante o treinamento de alta intensidade.
Jacqueline Carvalho-Peixoto, Mirian Ribeiro Leite Moura et al. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, Physiologie Appliquée, Nutrition et Métabolisme 2015, 40 (7): 725-33
O estudo publicado no The Journal of Physiology comprova que imersão em água fria após o treinamento de força dificulta a adaptação do músculo. A primeira parte do estudo foi realizada com 21 homens fisicamente ativos, que iniciaram a imersão em banho frio (10 graus) imediatamente após o treino, enquanto o outro grupo foi submetido a banho quente também depois do treino.
No fim das 12 semanas, a força e a massa muscular haviam aumentado mais no grupo 2 (banho quente).
Um segundo estudo teve biópsias musculares de homens depois de terem realizado exercícios de força seguidos por um banho de gelo ou quente (aqui é ou mesmo…deveria ser um ou outro, não…). Os pesquisadores descobriram que a atividade das “células-satélite”, semelhante à do músculo (aqui, é a atividade das células-satélite que é semelhante à das células-tronco, né…outra coisa, as pessoas leigas sabem o que são células-satélite). “células-tronco”, e os caminhos necessários para construir músculos maiores e mais fortes foram “adormecidos” por até dois dias após o exercício no grupo com banho de gelo.
Por meio desse estudo, foi possível descobrir que a imersão em água fria após o treinamento reduziu os ganhos, a longo prazo, na massa muscular e na força. Pode-se, portanto, prever que os atletas que tomam banhos de gelo após os treinos terão menos ganhos musculares, a longo prazo, do que aqueles que escolhem banho quente após o treino. Parece que a imersão em água fria reduz o fluxo sanguíneo para o músculo. Vale mencionar que esse estudo não avalia, de maneira confiável, a imersão em água gelada para a recuperação ou o tratamento de lesões musculares, o que, todavia, a meu ver, é fundamental na cicatrização e no alívio da dor.
Llion A Roberts, Truls Raastad, James F Markworth, Vandre C Figueiredo, Ingrid M. Egner, Anthony Shield, David Cameron-Smith, Jeff S. Coombes, Jonathan M Peake. Post-exercise cold water immersion attenuates acute anabolic signalling and long-term adaptations in muscle to strength training. The Journal of Physiology, 2015; DOI: 10.1113/JP270570
Obter um diagnóstico precoce de câncer é algo essencial para se iniciar um acompanhamento rápido e eficaz da doença, aumentando-se, assim, as chances de sucesso do tratamento e da recuperação. A realização de exames NÃO é capaz de prevenir o aparecimento de um câncer, mas pode identificar um tumor numa fase tão inicial que deve ser encarada como uma medida preventiva, uma vez que reduz as chances de complicações e de morte pela doença.
A melhor maneira de prevenir o câncer é manter hábitos de vida saudáveis, cuidando-se, principalmente, da alimentação e do peso, e evitando-se o tabagismo, seja ele passivo, seja ativo. Esses três itens podem aumentar a probabilidade do surgimento do câncer em até 65%, segundo levantamento feito pela Harvard Reports on Cancer Prevention.
Para descobrir a doença na fase inicial e, com isso, garantir uma maior chance de sobrevida, é necessário investir em exames conhecidos como preventivos ou de rastreamento. A seguir, menciono alguns dos considerados fundamentais na detecção do câncer:
– Raio X de tórax (fácil acesso, indicado para fumantes ou para quem possui histórico familiar de câncer de pulmão);
– Dermatoscopia digital (para prevenção e diagnóstico de câncer de pele);
– Ultrassonografia trans/endovaginal + Papanicolau (para prevenção e diagnóstico de cânceres de útero, ovário e endométrio);
– Toque retal, colonoscopia, sangue oculto nas fezes e callprotectina (para câncer do trato digestivo baixo);
– Endoscopia digestiva alta com biópsia (para câncer do trato digestivo alto);
– Mamografia e ultrassonografia da mama;
– Ultrassonografia de abdome total (avaliação de importantes órgãos, como fígado, baço, rim e bexiga);
– Ultrassonografia da tireoide (indicado para indivíduos que têm tireoide ou que possuem histórico familiar de câncer);
– Opcionais: dosagem de interleucinas (IL1, IL6, IL10) e fator de necrose tumoral, NFK Beta, 3 Alfa aldiol, capacidade antioxidante total e superoxidodismutase.
Existe uma vinculação estatística entre muitas horas de trabalho e risco de acidente vascular cerebral. Trabalhar mais de 55 horas por semana está associado a um risco um terço maior de acidente vascular cerebral em comparação a trabalhar de 35 a 40 horas por semana. Esse é o resultado de uma metanálise internacional que resumiu e analisou 25 estudos sobre este assunto, e que foi apresentada na revista “The Lancet”.
Cientistas liderados por Mika Kivimaeki da University College London (Reino Unido) examinaram os efeitos de horas de trabalho mais longas na frequência de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral.
A metanálise da doença cardíaca coronariana incluiu dados de cerca de 604 mil participantes do estudo, e a metanálise de acidente vascular cerebral foi composta de dados de quase 529 mil mulheres e homens; acompanhamento total foi de 5,1 milhões de pessoas-ano, respectivamente 3,8 milhões de pessoas-ano.
O efeito negativo de muitas horas de trabalho é impressionante – principalmente em termos de risco de AVC. Aqui, os pesquisadores registraram uma associação de resposta à dose: em comparação com pessoas que trabalhavam de 35 a 40 horas por semana, aqueles que trabalhavam entre 41 e 48 horas tinham um risco dez por cento maior de acidente vascular cerebral (estatisticamente não significativo).
No grupo dos que trabalhavam de 49 a 54 horas por semana, o risco de acidente vascular cerebral aumentava em 27 por cento (estatisticamente significativo). Foi encontrado um aumento de um terço em taxas de acidente vascular cerebral entre pessoas que trabalhavam 55 horas e mais por semana (estatisticamente muito significativo).
No grupo que trabalhava por mais horas, foi encontrado um aumento mais modesto de 13 por cento no risco de se desenvolver uma doença cardíaca coronariana. Em comparação com pessoas que trabalham de 35 a 40 horas por semana, a diferença não foi significativa.
1. Virtanen, M, Heikkilä, K, Jokela, M et al. Long working hours and coronary heart disease: a systematic review and meta-analysis. Am J Epidemiol. 2012; 176: 586–596
2. Kang, MY, Park, H, Seo, JC et al. Long working hours and cardiovascular disease: a meta-analysis of epidemiologic studies. J Occup Environ Med. 2012; 54: 532–537