Sim, de acordo com uma pesquisa que analisou as ressonâncias de um indivíduo de 115 kg e de outro de 55 kg.
Verificou-se que o fígado do primeiro apresentava uma coloração diferente, por conta do acúmulo de gordura anômalo, e que o pâncreas dele sofria com esse depósito de gordura intravisceral, causando uma interferência no sistema nervoso central.
O acúmulo de gordura corporal gera a produção de peptídeos. Um dos principais é a leptina, cuja função fisiológica é diminuir a fome. Há locais no hipotálamo, que fica localizado no cérebro, onde os neurônios estimulam a fome, e a leptina é a responsável por neutralizá-los.
O efeito de saciedade vem após uma refeição, quando a leptina age no tecido adiposo em neurônios de fome, inibindo sua atividade e estimulando os neurônios a produzirem a saciedade.
Quando o indivíduo tem uma quantidade de gordura corporal muito alta, ocorre a hiperprodução fisiológica de leptina, que, em excesso no plasma circulante, não tem efetividade em sua ação local, principalmente na parte hipotalâmica. A pessoa tem leptina demais e ação inibitória de menos, ou seja, não tem saciedade.
No caso de indivíduos obesos, o alto índice de leptina plasmático e de produção do tecido adiposo gera a constante produção de grelina. Com isso, não há saciedade, e, posteriormente, aumenta-se a fome.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição PUC Minas)