É notável que o belo-horizontino está devagar, quase parando, quando se trata de ter uma vida saudável. De 2006 para 2011, a parcela da população de BH com excesso de peso passou de 37,3% para 45,3%, um aumento de oito pontos percentuais. Já no Brasil, houve salto de 42,7% para 48,5% (mais 5,8 pontos percentuais) nesse mesmo período, o que corresponde quase à metade dos habitantes da nação.
Portanto, está aumentando o número de obesos no país. Se, em 2006, pessoas com o Índice de Massa Corporal (IMC) – peso dividido pela altura ao quadrado – acima dos 30 kg/m² anos correspondiam a 11,4% da população, cinco anos depois elas já somavam 15,8% dos brasileiros. Na capital mineira, a quantidade de obesos quase dobrou nesse período: antes, 8,8% dos habitantes; agora, 14,2%. É realmente preocupante a situação.
“As pessoas precisam saber que a obesidade e o excesso de peso são considerados doenças, que levam a outras doenças, como diabetes, hipertensão e artrose”, alerta o presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Saulo Cavalcanti da Silva. Segundo ele, essa situação é reflexo de um fenômeno considerado cultural, nascido nos anos 1960, em que se cultuavam a comida e o sedentarismo. “Os meninos trocaram a bola pelo videogame; os adultos só andam de carro; e as pessoas estão cada vez mais viciadas em comida. O lazer agora é comer, e a gordura induz o vício. O gordo não come porque sente fome, mas porque tem desejo”, ressalta.
O cigarro é hábito cultivado por 15,6% da população de Belo Horizonte, sexta capital com mais fumantes no país, onde tabagistas correspondem a 14,8% dos brasileiros. Embora as taxas por aqui ainda não tenham atingindo o patamar dos EUA (27,6%), nem alcançado níveis da Argentina e do Chile (20% e 25,1%), o Ministério da Saúde considera que esta é a hora certa de virar o jogo e não permitir que o aumento da obesidade seja tendência da população.
Em 2006, quando a pesquisa Vigitel foi feita pela primeira vez, esse índice correspondia a 14,9% no país e a 15,9% em BH. O ministério ressalta que a metodologia usada nessa pergunta mudou de acordo com novos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, por isso, não é possível comparar os dados. Saulo Cavalcanti desconfia da informação. “As pessoas mentem muito ao falarem de exercícios físicos. Acham que porque se matricularam na academia fazem atividade física. Também arrumam as mais diversas desculpas para não se exercitarem: ‘porque choveu’ ou ‘porque tive que fazer a declaração do Imposto de Renda’”, dizem elas.
É preciso que a sociedade tome consciência dos riscos ocasionados pelos hábitos de vida e pela alimentação totalmente irregulares. São condutas que podem causar grandes prejuízos à saúde, podendo levar até à morte.
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Referência: http://www.em.com.br/…/moradores-de-bh-estao-gordos-fumando…