Ganho dia ao ler textos com este conteúdo, baseado em fontes e referências bibliográficas extremamente confiáveis.
Já não é a primeira vez que menciono informações como esta. Fico com uma pequena esperança de que as coisas ainda possam mudar à favor das pessoas e não da indústria farmacêutica !
A AGONIA DO COLESTEROL
Nunca me convenci de que essa obsessão para abaixar o colesterol, à custa de remédio, aumentasse a longevidade de pessoas saudáveis.
Essa crença – que fez das estatinas(SINVASTATINA) o maior sucesso comercial da história da medicina – tomou conta da cardiologia a partir de dois estudos observacionais: Seven Cities e Framingham, iniciados nos anos 1950.
As diretrizes americanas publicadas em 2001 recomendavam manter o LDL(“COLESTEROL RUIM”) abaixo de 100, a qualquer preço. Ainda que fosse preciso quadruplicar a dose de estatina ou combiná-la com outras drogas, sem NENHUMA evidência científica que justificasse tal conduta.
Pasme, leitor de inteligência mediana como eu. Segundo diversos estudos sem vínculo com a industria farmacêutica os níveis de colesterol não interessam mais !!! Se reduzir os níveis de colesterol não confere proteção, por que insistir nas estatinas?
Recém-publicado no British Medical Journal, um artigo baseado nos mesmos estudos avaliados pelas diretrizes, mostrou que naqueles com menos de 20% de risco em 10 anos, as estatinas não reduzem o número de mortes nem de eventos mais graves.
Nesse grupo, seria necessário tratar 140 pessoas para evitar um caso de infarto do miocárdio ou de derrame cerebral não fatais.
Ou seja, 139 tomarão inutilmente medicamentos caros que em até 20% dos casos podem provocar dores musculares, problemas gastrointestinais, distúrbios de sono e de memória e disfunção erétil.
Se você, leitor com boa saúde, toma remédio para o colesterol, converse com seu médico, mas esteja certo de que ele conhece a literatura e leu com espírito crítico as 32 páginas das novas diretrizes citadas nesta coluna, caso contrário, desista !
Preste atenção: mais de 80% dos ataques cardíacos ocorrem por conta do cigarro, vida sedentária, obesidade, pressão alta e diabetes. Imaginar ser possível evitá-los sentado na poltrona, à custa de uma pílula para abaixar o colesterol, é pensamento mágico.
Dr. Dráuzio Varella