O corpo humano é uma máquina inteligente e de peças interligadas. O desajuste em um dos sistemas pode provocar pane em outro.
E os prejuízos para a qualidade de vida só aumentam, como um efeito cíclico e, na maioria das vezes, progressivo.
A boa notícia é que há como interromper o processo de complicação da saúde. O primeiro passo é identificar a causa e o sintoma.
Muita gente não sabe, mas a obesidade está diretamente associada à queda da testosterona. Trata-se de uma perigosa relação, que os homens desconhecem, conforme mostram os resultados de uma pesquisa realizada em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). De acordo com o estudo, aproximadamente 79% dos homens maduros, com idade entre 50 e 70 anos, não associam a obesidade à diminuição do hormônio. Os mais jovens, entre 18 e 22 anos, estão ainda mais desinformados: quase 83% afirmaram desconhecer que o excesso de peso poderia ocasionar o processo conhecido como andropausa, ou hipogonadismo.
Mais de 2.000 homens, de sete capitais brasileiras, foram entrevistados. Todavia, os números citados anteriormente são das pessoas ouvidas em Brasília. Porém, no restante do Brasil, percebe-se a mesma desinformação quanto ao tema.
A relação da gordura com a testosterona
O excesso de tecido adiposo modifica o funcionamento da hipófise, dos testículos, o que inibe a produção de testosterona, sobretudo após os 45 anos. Mas, infelizmente, esse cenário tende a pior segundo previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS), cuja expectativa é que, em 2025, cerca 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões sejam obesos.
Nos dias de hoje, somente em nosso país, de acordo com dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), mais da metade da população já está acima do peso.
Saiba mais:
• A obesidade é um dos principais fatores ligados à andropausa, que consiste na queda dos níveis de testosterona em homens. A doença é também conhecida como hipogonadismo;
• Segundo estudo publicado pelo “International Journal of Obesity”, 411 hipogonádicos e obesos foram tratados com reposição hormonal no período de oito anos, ocorrendo entre eles perda considerável de peso: em mais de 10% entre 65% dos pacientes. Os objetivos da reposição da testosterona nesses casos foram normalizar os níveis hormonais e controlar os sintomas associados ao problema.
• As pessoas entrevistadas mais velhas atribuíram a queda da testosterona à alteração nos níveis hormonais (25%); ao excesso de trabalho e ao estresse diário (21%).
• Entre os mais jovens, o excesso de trabalho (29%) e a falta de atividade física (22%) foram os motivos mais citados. A obesidade foi lembrada por 21% dos homens na faixa etária mais elevada e por 17% na mais baixa.
• De acordo com o estudo, as doenças que mais afligem os homens maduros são as cardiovasculares (36%), seguidas pela obesidade (15%).
• Já os mais jovens têm como preocupação maior as doenças cardiovasculares e, depois, o câncer de próstata (37%); em terceiro lugar, vem a obesidade (6%).
• Segundo o levantamento, 50% dos jovens brasilienses não gostam de pensar na velhice e em seus impactos na saúde.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia e Bayer