Em 2013, foi publicada extensa revisão a respeito do tema na revista “Annals of Internal Medicine”.
Os autores desconsideraram os trabalhos em que apenas uma vitamina ou um mineral foram estudados e buscaram na literatura médica somente aqueles em que se pesquisou o uso de um multivitamínico. Dois trabalhos atenderam a esse nível de exigência.
O primeiro deles acompanhou 12.741 franceses saudáveis por uma média de 7,5 anos. Ele foi chamado de “Estudo Su.Vi.Max: estudo placebo controlado e randomizado dos efeitos dos antioxidantes e minerais na saúde”. Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro recebeu diariamente um multivitamínico com três vitaminas antioxidantes e dois minerais, e o segundo, uma cápsula de placebo. Os principais resultados obtidos foram:
– Redução de 37% da mortalidade geral em homens;
– Redução de 31% da incidência de câncer em homens;
– Redução de 23% da mortalidade geral em homens e em mulheres.
Diante desses números, é possível imaginar que, se as pessoas passarem a tomar uma pílula diária de vitaminas, a mortalidade geral e de câncer em homens reduzirá entre 30% e 40%.
O segundo estudo foi feito apenas com homens: acompanharam-se 14.641 médicos americanos com mais de 50 anos por uma média de 11,2 anos, sendo que 1.312 homens já tinham tido câncer antes de iniciarem o estudo (“Estudo Randomizado Controlado da Saúde dos Médicos II”). Para um grupo foi dado um multivitamínico comercial de baixas dosagens, e, para outro, placebo. Os principais achados desse estudo foram:
– Redução da incidência de câncer de 27% em quem já havia tido a doença;
– Redução da incidência de câncer de 12% se retirado o câncer de próstata;
– Redução da mortalidade de câncer de 12%.
Explicam-se menores resultados nesse estudo em comparação com o anterior pela menor dose de vitaminas administrada.
Também em 2013, foi publicado um grande trabalho do Projeto de Pesquisa Agrupada Pós-Câncer de Mama (After Breast Cancer Pooling Project), que fez uma metanálise de quatro estudos realizados somente com mulheres já tratadas de câncer de mama, as quais receberam um multivitamínico. Os principais resultados alcançados foram:
– O uso de antioxidantes associado a multivitamínicos reduziu a mortalidade geral em 21%;
– O uso de um multivitamínico diminuiu a mortalidade geral em 16%.
Os dados levam à conclusão de que os multivitamínicos têm um efeito preventivo comprovado tanto em mulheres quanto em homens, reduzindo a incidência total de câncer ou a recidiva em quem já teve a doença, diminuindo, assim, a mortalidade geral.
Fonte: revista “Essential Nutrition”