Você vive de dieta e mesmo assim não consegue emagrecer? A explicação pode estar na quantidade de calorias ingeridas diariamente de forma não intencional.
De acordo com uma pesquisa realizada com 1.500 pessoas do sexo feminino no Reino Unido, uma mulher comum ingere, em média, 146 mil calorias “não intencionais” por ano. Isso corresponde a 487 hambúrgueres ou a 1.825 taças de espumante, segundo informações do jornal britânico “Daily Mail”.
Mas de onde vêm essas calorias? Conforme o estudo, elas são provenientes daquele pedacinho de chocolate, biscoito ou doce que parece tão pequeno que não vale a pena ser colocado na lista da dieta, mas que, no fim das contas, acaba fazendo uma grande diferença na balança.
A pesquisa, encomendada pela Heinz, analisou os hábitos alimentares e a preocupação das mulheres com o peso e com a dieta. Os resultados mostraram que, embora as mulheres tentem consumir 1.800 calorias por dia, na verdade seu consumo médio diário é de 2.200 calorias. Ao longo de um ano, isso corresponde a um total de 146 mil calorias ingeridas de forma não intencional ou a cerca de 608 barras de chocolate.
O levantamento revelou também que 71% das mulheres têm a melhor das intenções no que diz respeito a cuidar da saúde, mas que a dieta acaba ficando em segundo plano. E, quando se trata de gatilhos para os exageros, o chocolate aparece como o fator principal, seguido pelas irresistíveis batatas fritas (44%) e pelo pão (35%). Quase metade (47%) das participantes também admite que é mais propensa a comer algo “desnecessário” tarde da noite.
Além disso, 40% das mulheres tendem a comer demais quando estão estressadas, 36% quando estão cansadas e 35% quando estão tristes. A pesquisa mostrou também que, enquanto as mulheres admitem comer mais do que deveriam três vezes por semana, em média, quase metade delas diz estar sempre de dieta, mas sem conseguir emagrecer, e 75% afirmam se preocupar com o peso todos os dias.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição-PUC)
A romã pode ajudar a prevenir o Alzheimer.
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), a casca da fruta é rica em substâncias que auxiliam no combate dos sintomas da doença, como a falta de memória.
O estudo também analisou outras frutas, mas a romã foi a que apresentou o melhor resultado. “Em comparação com outras frutas, como o morango e o blueberry, que também são antioxidantes, a romã é a mais eficaz no combate de doenças degenerativas, pois, na casca da fruta, há uma alta concentração de compostos fenólicos, os principais responsáveis pela atividade antioxidante”.
Para chegarem a essas conclusões, os pesquisadores deram extrato da casca de romã para alguns animais. Os resultados mostraram que o consumo da substância foi capaz de inibir em até 77% a atividade da enzima acetilcolinesterase, que atua de forma prejudicial nas terminações nervosas.
Os animais tratados também apresentaram níveis de substâncias que favorecem a sobrevivência dos neurônios e foram capazes de reduzir as placas amiloides, uma das principais características da doença Alzheimer. Além disso, nessas cobaias houve a manutenção da memória, o que não aconteceu nas que não foram tratadas com a romã.
Com esses animais foi utilizado o extrato da casca da romã porque o gosto desagradável da casca poderia dificultar a ingestão do alimento por eles. Mas os humanos podem, segundo a pesquisadora, fazer suco ou chá com a casca para conseguirem usufruir dos benefícios da fruta.
Como o efeito da substância é preventivo, Maressa recomenda o consumo dela o quanto antes. “O ideal é que as pessoas comecem a consumir a casca da romã desde jovens, pois, assim, será cada vez menor a possibilidade de desenvolverem o Alzheimer”, diz.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição-PUC)
O glúten pode provocar ansiedade e depressão e, quando retirado da dieta, pode reestabelecer o bem-estar nos indivíduos.
Como se trata de um conceito novo, muitas pessoas ainda desconhecem esse fenômeno. Mas por que isso ocorre, afinal? Na verdade, muitos dos processos inflamatórios se dão por conta de problemas cerebrais, tendo início quando o sistema imunológico reage a uma substância no corpo do indivíduo, como a proteína do trigo, o glúten.
A sensibilidade à substância é causada por níveis elevados de anticorpos contra a gliadina, que é uma das frações proteicas do glúten. Essa resposta do sistema imunológico estimula a liberação de citocinas inflamatórias em uma quantidade elevada e com alta frequência, a ponto de alcançar o cérebro e danificar os tecidos. Além disso, os anticorpos podem se ligar a proteínas semelhantes à gliadina no cérebro e igualmente atacá-las. Também nesse caso, o sistema imunológico é acionado, uma vez que entende que estão “atacando” o tecido cerebral de novo.
As doenças neurológicas em que mais ocorre a liberação de citocinas são as de Alzheimer e Parkinson, a esclerose múltipla e o autismo.
É muito fácil perceber a relação da ingestão de trigo com nosso bem-estar. Quando consumimos um pão branco, temos logo a sensação de euforia e bem-estar. Porém, assim que são decompostos no estômago, os peptídeos do glúten maldigeridos atravessam a barreira do intestino, que já está alterada após anos de disbiose intestinal, e chegam ao cérebro, onde agem como opioides, que têm um efeito parecido com o da morfina, proporcionando uma sensação de felicidade. Esses peptídeos são chamados de “exorfinas”. Quando o efeito delas acaba, a pessoa é acometida por uma tristeza e, a fim de recuperar seu bem-estar, segue na busca por mais uma dose da “droga”. Assim, instala-se a dependência química ao glúten.
Fonte: revista “Essentia Pharma Edição” (edição 6)
Com o passar dos anos, ocorre uma mudança no corpo humano, a qual pode ser observada através da diminuição da massa e da função muscular (sarcopenia), bem como da taxa metabólica, com o consequente aumento da massa gorda.
Estudos vêm sugerindo que o ácido graxo de cadeia longa ômega-3 (contendo DHA e EPA), encontrado predominantemente em peixes gordos e crustáceos, possa ser eficiente para amenizar essas mudanças.
De uma maneira simplificada, o balanço contínuo entre o anabolismo e o catabolismo é o que define o ganho ou a perda muscular. Quando o anabolismo predomina sobre o catabolismo, o corpo pode construir tecido muscular; já quando o catabolismo ocorre com mais frequência, o tecido muscular começa a ser ‘digerido’, ficando degradado. Em outras palavras, perdem-se músculo e outros tecidos.
Um estudo de revisão, recentemente publicado (2016) no “Current Nutrition Reports”, investigou a influência da suplementação de ômega-3 em populações mais adultas, no contexto da longevidade aliada à qualidade de vida.
Verificou-se que a suplementação do ácido graxo ômega-3 pode não só melhorar a força e a função muscular, como potencializar a qualidade do músculo. Como resultado, sua suplementação parece ser uma abordagem terapêutica promissora para o equilíbrio do potencial anabólico e, consequentemente, para a prevenção da sarcopenia em adultos mais velhos.
Referência: Smith GI. The Effects of Dietary Omega-3s on Muscle Composition and Quality in Older Adults. Curr Nutr Rep, 2016. DOI 10.1007/s13668-016-0161-y
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC MINAS)
De acordo com um estudo publicado recentemente na revista “Cell Metabolism”, o consumo de adoçantes artificiais em substituição ao açúcar para fazer dieta faz nosso apetite aumentar.
A pesquisa, elaborada pelo Centro Charles Perkins, da Universidade de Sydney, e pelo Instituto Garvan de Pesquisa Médica, com sede na mesma cidade australiana, revelou que os adoçantes artificiais estimulam a sensação de fome. Isso ocorre devido a um efeito gerado pelo produto na parte do cérebro que estimula o apetite e altera as percepções de sabor.
Num experimento com animais, os pesquisadores perceberam que os adoçantes fizeram o peso deles aumentar. E eles acreditam que o mesmo resultado pode se dar nos humanos. “Depois da exposição crônica dos animais a uma dieta com adoçante à base de sucralose, vimos que eles começaram a comer mais”, afirmou o professor Greg Neely, da Universidade de Sydney.
Segundo os estudiosos, o que explica o fenômeno é a identificação de um sistema no cérebro que percebe e vincula os componentes doce e energético dos alimentos. Significa dizer que a rede neuronal que responde ao adoçamento artificial sinaliza para o animal que ele necessita comer mais porque não obteve energia suficiente.Descobrimos que, dentro do cérebro, a sensação de doce é similar à de conteúdo energético. Quando se perde o equilíbrio entre o doce e a energia por certo período de tempo, o cérebro calibra novamente e aumenta o total de calorias consumidas,
Primeiramente, o estudo foi feito com moscas que pousam em frutas, as quais, depois de terem sido expostas por cinco dias a adoçantes artificiais, aumentaram o consumo de calorias em 30% com relação à dieta à base de fruta com açúcar natural. Em um segundo momento, os mamíferos foram o público-alvo dos pesquisadores. Após sete dias consumindo adoçantes artificiais, os animais desse grupo aumentaram significativamente a ingestão de comida. “O consumo crônico de adoçante artificial aumenta a intensidade do doce com relação ao açúcar real e aumenta também o incentivo a comer mais”, declarou o professor Neely.
Cada vez mais, as pessoas se interessam por conhecer as propriedades dos alimentos que ingerem, tudo em busca de saúde e qualidade de vida.
Tanto é assim que, hoje em dia, muitos não compram um produto antes de obter suas informações nutricionais e saber a classificação da gordura existente naquele item: se é saturada, insaturada ou trans. Mas é preciso atentar para isso de fato, pois, muitas vezes, o conceito de gordura é entendido de forma equivocada. Afinal, você sabe distinguir os diferentes tipos de gordura?
Diferença das gorduras saturada, insaturada e trans:
Um homem saudável possui em média entre 12% e 18% de gordura corpórea, e uma mulher, cerca de 16% a 25%, embora no cérebro o valor possa chegar a quase 60%. Além de energia, essa gordura fornece substâncias essenciais à bioquímica do organismo, como o ômega-3. Geralmente, é chamado de “gordura” o óleo que, à temperatura ambiente, encontra-se em estado semissólido ou sólido. Nessa temperatura, os óleos estão em estado líquido.
Mas vamos aos tipos e, para isso, é necessário adentar o universo da química e compreender a estrutura desses elementos. Denominada lipídio, a gordura é constituída quimicamente da união de moléculas de glicerol com ácidos graxos. Esses são formados principalmente por carbono (C), hidrogênio (H) e o radical carboxila (COOH). Os carbonos podem se juntar por meio de uma única ligação (saturados) ou por duas ligações (insaturados) ou ainda conter muitos átomos de hidrogênio (saturados de hidrogênio) ou não (insaturados de hidrogênio). Já a gordura tipo trans pode ser obtida através da hidrogenação, processo industrial que utiliza a gordura insaturada, ou óleo vegetal. Esse nome se deve ao processo de aquecimento do óleo vegetal, em que átomos de hidrogênio são acrescentados à corrente de carbonos. Com isso, o óleo que, naturalmente, apresenta os hidrogênios do mesmo lado sofre alteração da conformação para o lado transverso (trans). A industrialização da gordura trans se deu para deixar os alimentos mais saborosos, perecíveis e competitivos.
Como nosso organismo não reconhece essa gordura, ele a armazena, o que pode nos proporcionar doenças como diabetes e obesidade, além de gerar níveis altos de triglicerídeos e LDL. Nesse caso, é preciso evitar alimentos industrializados, a exemplo de biscoitos, salgados, sorvete, pipoca de micro-ondas e congelados, que contêm taxas altas de gordura trans. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), só 30% dos biscoitos vendidos no Brasil não possuem gordura trans. Em alguns países inclusive, seu uso é proibido e, por aqui, desde 2012, a resolução nº 54 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estipula certa restrição quanto ao uso da gordura trans.
A gordura saturada pode ser encontrada em produtos de origem animal, como, por exemplo, na gordura animal, no leite e em seus derivados e também em algumas fontes vegetais (gordura do coco e óleo de palma). Muitas vezes, essa gordura é vista com suspeita, tendo já sido eliminada das dietas, visto que seu excesso pode elevar o nível de colesterol total e desequilibrar a relação entre os colesteróis HDL e LDL. Todavia, hoje, isso está sendo revisto, pois o corpo precisa dela em pequenas quantidades. Portanto, se consumida com moderação, ela pode ser considerada “saudável”.
A insaturada é a melhor de todas, uma vez que é saudável. Provém sobretudo de óleos vegetais que não foram submetidos ao calor ou ao processo de hidrogenação. Ela é classificada como monoinsaturada (Mufa) – azeite de oliva – e poli-insaturada (Pufa) – ômega-3. Em temperatura ambiente, essa gordura é encontrada na natureza na forma líquida.
Fonte: revista “Essentia Pharma” (edição 9)
O inofensivo adoçante de mesa à base de sucralose, o mais consumido no mundo, pode se tornar um risco quando vai ao forno.
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriram por acaso que, ao ser aquecido a uma temperatura de 98 graus, o composto pode liberar gases potencialmente tóxicos que causam irritação nasal, além de outros malefícios ainda não estudados.
“Os indicativos desse estudo não são uma preocupação para o cafezinho. Nossa preocupação é com quem faz bolo ou outras receitas com adoçante que vão ao forno. A sucralose fica ali, mais de meia hora em uma temperatura ainda maior. A pessoa que tirar o bolo do forno, por exemplo, vai respirar esses gases que não são bons. O ácido clorídrico causa irritação nas mucosas nasais”.
Segundo o especialista, o aumento de artigos científicos na literatura sobre o aquecimento da substância sucralose pode gerar mudanças no consumo. “A indústria vai se adequando, pois, hoje, há uma grande busca pelo que é mais saudável. A sucralose pode ser usada em temperatura ambiente, sem problemas; é o mais seguro. A procura, agora, é por qual molécula tem mais estabilidade para enfrentar temperaturas elevadas”.
Fonte: caderno Ciência e Saúde do jornal “O Estado de Minas”
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC Minas)
A palavra ayurveda (em sânscrito) é formada por duas partes: ayur, que significa “vida”, e veda, que quer dizer “conhecimento”.
A medicina ayurvédica, ou ayurveda, é o conhecimento médico desenvolvido na Índia há cerca de 7.000 anos. Ela é composta por cinco elementos da natureza – éter, ar, fogo, água e terra –, e seu objetivo é estudar as influências deles na natureza e no ser humano.
A maneira como a medicina ayurvédica lida com a alimentação é muito importante, porque os alimentos são considerados sagrados e medicinais. A nutricionista e terapeuta Brenda Ribas, que atende no SPA Mitra, explica que “a base do conceito de tudo é melhorar a digestão para que a pessoa possa absorver bem os nutrientes e digeri-los”.
A alimentação, assim como todos os pilares do ayurveda, é dividida em doshas, e cada um de nós apresenta um deles, que é definido com base em nossas características físicas, emocionais e mentais: Vata, Pitta e Kapha. “Todas as pessoas carregam em si um pouco de cada dosha. Mas, para o indivíduo saber qual é o dele, precisa consultar um nutricionista e um terapeuta ayurvédico”, informa Brenda.
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (Estagiaria de Nutrição – PUC Minas)
O corpo humano é uma máquina inteligente e de peças interligadas. O desajuste em um dos sistemas pode provocar pane em outro.
E os prejuízos para a qualidade de vida só aumentam, como um efeito cíclico e, na maioria das vezes, progressivo.
A boa notícia é que há como interromper o processo de complicação da saúde. O primeiro passo é identificar a causa e o sintoma.
Muita gente não sabe, mas a obesidade está diretamente associada à queda da testosterona. Trata-se de uma perigosa relação, que os homens desconhecem, conforme mostram os resultados de uma pesquisa realizada em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). De acordo com o estudo, aproximadamente 79% dos homens maduros, com idade entre 50 e 70 anos, não associam a obesidade à diminuição do hormônio. Os mais jovens, entre 18 e 22 anos, estão ainda mais desinformados: quase 83% afirmaram desconhecer que o excesso de peso poderia ocasionar o processo conhecido como andropausa, ou hipogonadismo.
Mais de 2.000 homens, de sete capitais brasileiras, foram entrevistados. Todavia, os números citados anteriormente são das pessoas ouvidas em Brasília. Porém, no restante do Brasil, percebe-se a mesma desinformação quanto ao tema.
A relação da gordura com a testosterona
O excesso de tecido adiposo modifica o funcionamento da hipófise, dos testículos, o que inibe a produção de testosterona, sobretudo após os 45 anos. Mas, infelizmente, esse cenário tende a pior segundo previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS), cuja expectativa é que, em 2025, cerca 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões sejam obesos.
Nos dias de hoje, somente em nosso país, de acordo com dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), mais da metade da população já está acima do peso.
Saiba mais:
• A obesidade é um dos principais fatores ligados à andropausa, que consiste na queda dos níveis de testosterona em homens. A doença é também conhecida como hipogonadismo;
• Segundo estudo publicado pelo “International Journal of Obesity”, 411 hipogonádicos e obesos foram tratados com reposição hormonal no período de oito anos, ocorrendo entre eles perda considerável de peso: em mais de 10% entre 65% dos pacientes. Os objetivos da reposição da testosterona nesses casos foram normalizar os níveis hormonais e controlar os sintomas associados ao problema.
• As pessoas entrevistadas mais velhas atribuíram a queda da testosterona à alteração nos níveis hormonais (25%); ao excesso de trabalho e ao estresse diário (21%).
• Entre os mais jovens, o excesso de trabalho (29%) e a falta de atividade física (22%) foram os motivos mais citados. A obesidade foi lembrada por 21% dos homens na faixa etária mais elevada e por 17% na mais baixa.
• De acordo com o estudo, as doenças que mais afligem os homens maduros são as cardiovasculares (36%), seguidas pela obesidade (15%).
• Já os mais jovens têm como preocupação maior as doenças cardiovasculares e, depois, o câncer de próstata (37%); em terceiro lugar, vem a obesidade (6%).
• Segundo o levantamento, 50% dos jovens brasilienses não gostam de pensar na velhice e em seus impactos na saúde.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia e Bayer
A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular.
É usualmente relacionada à deposição central de gordura e à resistência à insulina, devendo sua importância ser destacada do ponto de vista epidemiológico, já que é responsável pelo aumento da mortalidade cardiovascular em 2,5 vezes.
Para o tratamento da obesidade, é necessário que o gasto energético seja maior que o consumo energético diário. Isso nos faz pensar que uma simples redução na quantidade de comida através de dieta alimentar é suficiente. No entanto, tem sido demonstrado que mudanças no estilo de vida, por meio do aumento da prática de atividade física e da reeducação alimentar, são o melhor tratamento.
Entretanto, se, por algum motivo, o obeso não pode atingir essa meta de exercícios, ele deve ser incentivado a realizar pelo menos a recomendação mínima de 150 minutos semanais, pois, mesmo não havendo redução de peso, haverá benefícios para a saúde.
Estudos transversais mostram menores níveis de insulina e maior sensibilidade à insulina em atletas quando estes são comparados a seus congêneres sedentários. Atletas másteres parecem ser protegidos contra a deterioração da tolerância à glicose associada ao envelhecimento. Entretanto, pouco tempo de atividade física está relacionado à baixa sensibilidade à insulina, e alguns dias de repouso estão ligados ao aumento da resistência à insulina.
Alguns trabalhos desenvolvidos sobre o assunto apontam que uma única sessão de exercício físico aumenta a disposição de glicose mediada pela insulina em sujeitos normais, em indivíduos com resistência à insulina parentes de primeiro grau de diabéticos do tipo 2, em obesos com resistência à insulina, bem como em diabéticos do tipo 2. Além disso, o exercício físico crônico melhora a sensibilidade à insulina em pessoas saudáveis, em obesos não diabéticos e em diabéticos dos tipos 1 e 2.
A prática de atividade física também tem sido considerada uma importante ferramenta no tratamento de quem tem diabetes do tipo 2. Programas de exercício físico têm proporcionado resultados eficientes no controle glicêmico de diabéticos, melhorando a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose e diminuindo a glicemia sanguínea desses indivíduos.
Sugere-se que o efeito gerado pelo exercício aeróbio sobre a pressão arterial deve-se mais à última sessão de exercício do que às adaptações cardiovasculares ao treinamento. De acordo com isso, estudo realizado por nosso grupo de pesquisa demonstrou que indivíduos hipertensos tiveram redução na monitoração ambulatorial da pressão arterial durante 24 horas (Mapa 24h) realizada logo após a última sessão de exercício, o que não se observou quando ela foi feita 72 horas depois da última sessão.
Apesar de estudos acerca do efeito do exercício físico sobre o perfil de lipídios e lipoproteínas em pessoas com síndrome metabólica serem escassos, considerando-se as evidências acima e o fato de que o exercício amplia a habilidade do tecido muscular de consumir ácidos graxos e aumenta a atividade da enzima lípase lipoprotéica no músculo, é provável que o exercício físico seja eficaz na melhoria do perfil de lipídios e lipoproteínas em indivíduos com síndrome metabólica.
Embora haja um efeito benéfico da atividade física sobre a prevenção e o tratamento de doenças, sabe-se que o risco relativo de ocorrer um evento cardiovascular ou uma lesão musculoesquelética durante a prática de exercício físico é maior do que em atividades habituais. Com isso, alguns cuidados devem ser tomados em relação à prática de atividade física pelo paciente com síndrome metabólica, que deve procurar um profissional formado para obter mais esclarecimentos sobre cada caso especifico.
Referência:
http://www.scielo.br/scielo.php…
Texto: Dr Lucas Penchel e Stefani Rocha (estagiária do curso de nutrição pela PUC Minas)