A dieta do mediterrâneo é um padrão alimentar típico das populações que vivem próximas ao mar mediterrâneo (sul da Europa) e que possuem vários elementos em comum, como o consumo preponderante de frutas, legumes, nozes, grãos integrais, peixe e óleo de oliva.
Os benefícios à saúde da dieta do mediterrâneo já estão bem evidenciados em diversos trabalhos científicos, que demonstram efeitos como redução da mortalidade, aumento da longevidade e redução de doenças crônicas.
Resultados de uma nova pesquisa vêm somar-se a este já amplo
contingente de evidências científicas favoráveis à esta dieta. A
novidade deste novo estudo é a abordagem genética dos efeitos da dieta do mediterrâneo. A pesquisa, publicada no dia 2 de dezembro na revista British Medical Journal, teve como objetivo examinar se existe alguma associação entre a aderência à dieta do mediterrâneo e o tamanho dos telômeros.
Os telômeros são biomarcadores do envelhecimento e consistem de sequências repetitivas de DNA nas porções finais dos cromossomas. A pesquisa analisou dados de 4676 mulheres saudáveis que respondiam a um detalhado questionário sobre a alimentação, sendo atribuído um escore de 0 a 9 para a aderência à dieta do mediterrâneo (9 representando maior
aderência) e faziam um teste sanguíneo, de onde foi extraída a medida do comprimento dos telômeros e dos leucócitos.
Além da idade (mulheres mais jovens apresentaram telômeros maiores) houve uma associação significativa entre o comprimento dos telômeros com a aderência à dieta do mediterrâneo. Cada ponto no escore da dieta correspondeu a uma redução de 1,5 ano na idade do telômero. Curiosamente, não houve associação entre a ingestão dos itens da dieta ingeridos individualmente, sugerindo que o efeito favorável só é alcançado com o conjunto de elementos da dieta.
Este estudo confirma os benefícios da dieta do mediterrâneo sobre a promoção da saúde e a longevidade.
Referência Bibliográfica
-British Medical Journal 2014;349:g6674 doi:10.1136/bmj.g6674.